Historiador Garton Ash mantém esperança num regresso britânico à UE

O historiador britânico Timothy Garton Ash admitiu em Lisboa manter a esperança de que o Reino Unido possa regressar à União Europeia (UE).

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Lusa
27/06/2023 14:47 ‧ 27/06/2023 por Lusa

Mundo

Reino Unido

"Sou um inglês europeísta apaixonado", afirmou em entrevista à agência Lusa a propósito do lançamento em Portugal da sua obra mais recente, "Pátrias -- Uma história pessoal da Europa" (Temas e Debates, junho de 2023).

Autor de várias obras sobre a Europa, Garton Ash repetiu uma ideia que tem expressado nos últimos anos: "O Brexit foi uma das grandes tragédias pessoais da minha vida política".

O professor de Estudos Europeus da Universidade de Oxford referia-se à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), em 2020, decidida por referendo, mas que a maioria dos britânicos considera agora que foi uma decisão errada.

Citando sondagens recentes, precisou que 31 por cento dizem que foi uma decisão correta, contra 56% que pensam o contrário, enquanto 63% consideram que foi um fracasso e apenas 9% acham que o processo foi um sucesso.

Garton Ash lembrou que comparativamente ao início da década de 1980, a UE é totalmente diferente, após processos de alargamento que exigiram o aprofundamento do projeto europeu.

Defendeu que o crescimento da UE deve avançar num processo a que preferiu chamar "integração progressiva", em que os países candidatos vão cumprindo etapas nos diferentes setores.

A vantagem, defendeu, é haver "uma estrutura de incentivos positivos" que permite que na Ucrânia ou na Sérvia, todos os anos ou de dois em dois "vejam que fizeram progressos, o que incentiva mais reformas que geram mais acesso".

Garton Ash considerou ainda que a Europa foi moldada por quatro gerações políticas que viveram as duas grandes guerras, 1914-1918 e 1939-1945, e as transformações políticas e sociais de 1968 e de 1989.

"Será que vamos assistir a uma geração dos de 2022, moldada pelo regresso das grandes guerras ao continente europeu e efetivamente determinada a ver a Europa avançar e não recuar?", questionou.

Quanto a um regresso do Reino Unido à UE, admitiu manter a esperança de que venha a acontecer.

"Espero sinceramente que sim, espero apaixonadamente que sim", afirmou.

Leia Também: "Futuro a longo prazo da Ucrânia tem de ser na UE e na NATO"

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