Depois da presidência sueca, que acabou na sexta-feira, 30 de junho, Espanha vai liderar o Conselho da UE durante os próximos seis meses.
E a primeira iniciativa é uma visita do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, à capital ucraniana, a convite do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Não há programa da visita, como é habitual sempre que um chefe de Estado ou de Governo visita o país, mas está prevista uma conferência de imprensa conjunta.
O convite foi anunciado na quinta-feira pelo próprio Zelensky durante uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, na qual participou por videoconferência.
A visita de Sánchez tem uma importância simbólica e vai ser utilizada para demonstrar o apoio dos 27 à Ucrânia.
No domingo, o presidente do Conselho, Charles Michel, vai encontrar-se com Pedro Sánchez no Palácio da Moncloa.
Um dos principais dossiês que a presidência espanhola vai ter em mãos é o reforço das relações com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC).
Em 17 de julho, Bruxelas vai acolher uma cimeira entre os 27 e os países da América Latina e das Caraíbas.
Espanha, que tem um passado de colonização da maioria dos países daquela região, definiu como prioridade a expandir e diversificar as relações comerciais e das cadeias de abastecimento com os Estados da CELAC.
A transição ecológica também vai estar na mira de Madrid e, nestes seis meses, a presidência espanhola quer reduzir a dependência de energia e matérias-primas, diminuir a fatura da eletricidade e fazer com que as empresas europeias sejam mais competitivas.
Entre as prioridades está também, por isso, a reforma do mercado elétrico e Espanha quer que as renováveis tenham maior peso, numa altura em que o quadro institucional está prestes a mudar no espaço comunitário depois da crise energética agravada pelas tensões geopolíticas internacionais.
Madrid quer que os europeus encarem as alterações climáticas e a degradação ambiental como uma "obrigação legal e moral" e como "uma oportunidade" para reduzir a dependências da energia e matérias-primas de países como a Rússia.
Esta intenção desde o ano passado que é faz parte da argumentação, por exemplo, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e agora Espanha vai tentar conseguir o consenso entre os 27.
Leia Também: Pactos com extrema-direita são "corte obsceno de direitos" em Espanha