"Devemos sair para enfrentar o regime de Macky Sall e dizer que não cabe ao Presidente escolher os candidatos que deverão concorrer às próximas eleições presidenciais", declarou Ousmane Sonko, no domingo à noite, numa intervenção nas redes sociais.
A condenação de Sonko a dois anos de prisão por "corrupção da juventude" desencadeou, no início de junho, os mais graves protestos em anos no Senegal. A repressão das manifestações causou pelo menos 16 mortos no país.
O líder da oposição, que está retido em casa, em Dakar, desde 28 de maio, cercado por agentes das forças de segurança, disse que a condenação, que o torna inelegível, foi uma tentativa de o afastar da corrida presidencial.
Sonko apelou, na eventualidade de ser formalmente detido, "a todo o povo senegalês para que se levante como um só e saia maciçamente e de uma vez por todas para pôr fim a este regime criminoso".
Macky Sall foi eleito em 2012 e reeleito em 2019, já depois de ter aprovado uma revisão da Constituição, em 2016, que limita a dois consecutivos o número de mandatos do chefe de Estado.
No fim de semana, Sall afirmou que vai falar à nação "muito em breve" para esclarecer se vai candidatar-se a um terceiro mandato, mas indicou que essa decisão, a acontecer, estaria dentro da lei.
Os apoiantes do atual Presidente senegalês defendem que o limite de dois mandatos consecutivos apenas se aplica às eleições realizadas já depois da revisão constitucional, pelo que Sall poderá apresentar-se como candidato em 2024.
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