O Exército ucraniano alertou para "a possível preparação de uma provocação no território da central de Zaporíjia num futuro próximo".
A instituição militar afirma que "objetos semelhantes a artefactos explosivos foram colocados no teto externo dos reatores 3 e 4".
"A sua detonação não deve danificar os geradores, mas dar a impressão de bombardeamentos do lado ucraniano", segundo o Exército, avisando que Moscovo "usará a desinformação sobre este assunto".
Em Moscovo, um assessor do grupo nuclear russo Rosatom, Renat Karchaa, acusou, por sua vez, Kyiv de preparar um ataque à central.
"Hoje recebemos informações que estou autorizado a revelar. Em 05 de julho, durante a noite, em completa escuridão, o Exército ucraniano tentará atacar a central nuclear de Zaporíjia", disse Karchaa à televisão russa.
De acordo com o assessor da Rosatom, Kyiv planeia usar "armas de precisão de longo alcance" e 'drones'.
Caindo nas mãos do Exército de Moscovo em 04 de março de 2022, logo a seguir ao início da invasão russa, em 24 de fevereiro do ano passado, a maior central de energia atómica da Europa foi alvo de vários ataques, que ambas as partes negam a autoria, e teve a rede elétrica cortada em várias ocasiões.
De acordo com Kyiv, a Rússia colocou tropas e armas no seu complexo.
A destruição em maio da barragem de Kakhovka, localizada na zona sul ocupada pela Rússia, levantou preocupações sobre a sustentabilidade da bacia do rio Dnieper, usada para arrefecer os seis reatores da central.
Em 22 de junho, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de planear um "ataque terrorista" envolvendo uma fuga de radiação na central de Zaporíjia, uma acusação imediatamente descartada e descrita como uma mentira pelo Kremlin.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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