"Quero um governo em solitário, porque o melhor que pode fazer um governo é estar rodeado dos votos que saem limpos das urnas, porque então não haverá intermediários que cobram comissões pelos seus votos", afirmou Alberto Núñez Feijóo, no comício de arranque oficial da campanha das eleições antecipadas de 23 de julho, em Castelldefels, na Catalunha.

As sondagens dão a vitória ao PP nas eleições, mas sem maioria absoluta, que poderá conseguir com uma coligação com o partido de extrema-direita VOX, repetindo acordos que já fez nos executivos regionais de Castela e Leão, Comunidade Valenciana e Extremadura.

Feijóo pediu o voto aos eleitores do PP, mas também aos de esquerda descontentes com a atual direção do Partido Socialista (PSOE) por o ter afastado, no entender do líder dos populares, do "partido que era, um partido de Estado que fazia frente ao independentismo" basco e catalão.

O presidente do PP pediu ainda votos a eleitores que optaram pelo VOX nas eleições municipais e regionais de 28 de maio e que querem para Espanha um "governo sólido" e que "o seu voto se transforme numa vitória eleitoral e não se perca no caminho".

"Peço aos espanhóis que não coloquem intermediários no governo e lhe deem confiança e o deixem governar para todos e não para uns poucos, contra a maioria", insistiu Feijóo.

O líder do PP apontou o exemplo da coligação atualmente no Governo de Espanha, formada pelo PSOE e pela extrema-esquerda da plataforma Unidas Podemos, e que se traduziu, afirmou, "numa confusão permanente, numa confusão interna" própria de "uma telenovela má".

Para Feijóo, o Governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez nos últimos quatro anos foi um executivo de fações e radicalismos, marcado por acordos e concessões ao separatismo basco e catalão, sem respeito pela Constituição espanhola que estabelece a unidade de Espanha, e que dividiu a própria sociedade, colocando-a em crispação permanente.

"O único voto que garante a revogação do 'sanchismo' é o voto no PP", reforçou.

"Quero unir todos os espanhóis", acrescentou Feijóo, que apresentou hoje o lema da campanha do PP: "É o momento".

Segundo afirmou, é o momento "da mudança" e de "recuperar a cordialidade, o consenso e a tolerância" na política espanhola.

Espanha estará a partir da próxima meia-noite oficialmente em campanha eleitoral para as legislativas de 23 de julho.

As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Pedro Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas locais e regionais de 28 de maio.

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