Aberta investigação após "ameaças de morte" a polícia que matou Naël
As ameaças estarão a circular na internet, nomeadamente, no Twitter.
© Getty Images
Mundo Nael
O Centro Nacional de Luta Contra o Ódio Online (PNLH, na sigla original) anunciou esta sexta-feira uma investigação às ameaças de morte feitas contra o agente da polícia que disparou contra Naël, situação que tem causado tumultos em França, e contra o seu advogado.
A informação, citada pela imprensa francesa, foi avançada pelo advogado do agente, Laurent-Franck Liénard, que apresentou queixa na esquadra do 17.º arrondissement de Paris, no seguimento de "ameaças de morte" online contra o seu cliente e contra si mesmo.
Foi também aberto um inquérito, diz o Libération, à divulgação da identidade do agente de polícia em causa no site Oise Hebdo. Não só foi divulgado o nome completo do agente, como também a comuna onde reside.
Esse inquérito debruça-se sobre a divulgação "de informação que permite identificar ou localizar uma pessoa detentora de autoridade pública" com finalidade de expor a si próprio ou à família a um risco "de atentado à pessoa ou aos seus bens", segundo informou a procuradora Marie-Céline Lawrysz.
A morte do jovem, de 17 anos, causou uma onda de tumultos em muitas localidades francesas - e não só em Nanterre, nos subúrbios de Paris, onde a situação aconteceu, a 27 de junho.
Entre incêndios nas ruas e estragos que ascendem a quantias avultadas de dinheiro, houve ainda uma situação com o presidente da Câmara de L’Haÿ-les-Roses, Vincent Jeanbrun, quando um grupo fez com que um carro embatesse contra a sua residência. O autarca francês não estava no local, mas a sua mulher e feridos estavam, tendo a esposa e um dos menores ficado feridos durante a situação. o responsável considerou que tinha sido uma "tentativa de assassinato".
Cette nuit, un cap a été franchi dans l'horreur et l'ignominie. Mon domicile a été attaqué et ma famille victime d'une tentative d’assassinat.
— Vincent Jeanbrun (@VincentJeanbrun) July 2, 2023
Ma détermination à protéger et servir la République est plus grande que jamais. Je ne reculerai pas. #PasPourRien #Emeutes ⤵️ pic.twitter.com/9HW1eAFCXN
As noites seguidas de revolta em França fizeram com que o governo francês reforçasse, em alguns dias, a força policial com, o dia a anteceder ao funeral do jovem, um total de 45 mil agentes pelas ruas.
Tudo aconteceu a 27 de junho, quando o jovem, identificado como Naël M., tentou, alegadamente, fugir a uma operação de fiscalização de trânsito. O agente disparou, e o jovem acabou por não resistir ao ferimentos, perdendo a vida.
O momento em que as autoridades interceptam Naël foi registado e partilhado nas redes sociais, dando origem a uma revolta em França.
[Notícia atualizada às 17h33]
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