O local da cimeira, na capital da Lituânia, tem bastante conteúdo simbólico por estar a apenas 35 quilómetros da Bielorrússia, aliada da Rússia na guerra contra a Ucrânia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, foi um dos primeiros a chegar a Vilnius, onde se reuniu com o Presidente lituano, Gitanas Nauseda, para preparar o encontro de alto nível, na quarta e quinta-feira.
"O facto de nos estarmos a encontrar nas proximidades de um agressor é um sinal claro da nossa unidade e determinação. Estamos unidos e defenderemos a Aliança até ao último centímetro", disse Nauseda em conferência de imprensa conjunta com Stoltenberg.
Também já se encontram em Vilnius o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, que se reuniram hoje a convite de Stoltenberg para tentar aproximar posições sobre a pendência de entrada de Estocolmo na Aliança Atlântica antes do início da cimeira, uma adesão que merece resistências da Turquia por considerar que a Suécia é tolerante com militantes curdos que Ancara considera terroristas, e também da Hungria.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, era esperado em Vilnius por volta das 20:00 locais (18:00 em Lisboa), depois de ter visitado o Reino Unido para se encontrar com o rei Carlos III e o primeiro-ministro Rishi Sunak, que também vai comparecer na reunião na Lituânia.
O primeiro-ministro, António Costa, aterrou na base aérea de de Siauliai, a cerca de 200 quilómetros de Vílnius, pelas 18:00 locais (16:00 em Lisboa), acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, tendo visitado militares da Força Aérea empenhados na Lituânia para a segurança dos estados-membros da Aliança Atlântica.
O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general José Nunes da Fonseca, chegou pouco antes e aguardava pelo chefe do executivo português.
No total, estarão presentes no encontro de Vilnius os 31 chefes de estado e de governo da NATO e outros líderes convidados, como o primeiro-ministro sueco e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Também participarão os líderes do Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, encarregados de fazer soar a voz da Ásia-Pacífico na NATO, num contexto de instabilidade na região com a China.
Para garantir a segurança de todos esses líderes, cerca de 3.000 soldados lituanos e outros mil militares da Aliança foram destacados para Vilnius, outras cidades e áreas fronteiriças, segundo dados do Ministério da Defesa da Lituânia.
Além disso, outros países contribuirão para a segurança da cimeira enviando armas para a Lituânia ou países próximos.
Por exemplo, a Alemanha enviou forneceu vários sistemas Patriot usados ??para intercetar mísseis balísticos ou aeronaves de combate, de acordo com a mesma fonte.
Por sua vez, a bateria de mísseis antiaéreos Nasams que a Espanha colocou na Letónia defenderá os céus da Lituânia durante o evento.
A França terá 2.400 soldados destacados no flanco oriental da NATO durante os próximos dias, que incluem os mil que mantém na Roménia, onde também se encontra um contingente português desde o ano passado, e caças Mirage que participam da proteção do espaço aéreo das repúblicas bálticas.
De acordo com a agência EFE, as medidas de segurança incluem a verificação dos passaportes de quem chega ao aeroporto de Vilnius. Há também ruas fechadas ao tráfego e prédios sob proteção militar.
Além da segurança, as ruas de Vilnius foram decoradas para a ocasião com bandeiras azuis da Lituânia, da Ucrânia e da NATO em postes de iluminação das principais avenidas.
Vários prédios de apartamentos e lojas também penduraram bandeiras ucranianas, em sinal de apoio ao seu povo diante da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro do passado, sendo a adesão de Kyiv à NATO um dos temas sensíveis da cimeira.
Nas ruas, também há placas com o logótipo oficial da cimeira, um cavaleiro de armadura montado num cavalo que é o brasão nacional da Lituânia desde o final do século XIII e simboliza vigor e poder, segundo a NATO no seu 'site'.
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