"Explorámos oportunidades para que a nossa cooperação se torne novamente significativa e revitalize o nosso relacionamento", destacou Charles Michel numa nota na rede social Twitter, após o encontro com Erdogan na capital lituana, na véspera da cimeira da NATO e depois do líder turco ter vinculado o seu apoio à candidatura sueca à Aliança Atlântica às negociações de adesão do seu país à UE, que estão paralisadas há vários anos.

O político belga deu nota positiva ao encontro com o chefe de Estado turco, adiantando que discutiram, entre outros assuntos, "a adesão da Suécia à NATO, também tendo em vista a melhoria das relações UE-Turquia".

Michel explicou que o Conselho Europeu instou o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, e a Comissão Europeia a "apresentar um relatório com vista a proceder estrategicamente e com visão de futuro" a esta tentativa de "revitalizar" a relação.

Erdogan tinha vinculado a retoma das negociações com a UE à aprovação turca da adesão da Suécia à NATO: "A Turquia está à espera à porta da União Europeia há mais de 50 anos e quase todos os países membros da NATO são agora membros da União Europeia. Estou a fazer este apelo a esses países que deixaram a Turquia à espera, às portas da UE, durante mais de 50 anos".

"Abram o caminho para a adesão da Turquia à União Europeia. Quando abrirem o caminho para a Turquia, nós abriremos o caminho para a Suécia, tal como fizemos com a Finlândia", acrescentou.

A Turquia é um país candidato à adesão à UE desde 2005, mas esta candidatura tem estado bloqueada devido ao que Bruxelas considera o retrocesso democrático de Ancara e aos litígios com o Chipre, membro do bloco europeu.

Os Estados Unidos também manifestaram hoje o seu apoio à aspiração da Turquia de aderir à UE, mas pediram que esta questão não esteja ligada à adesão da Suécia à NATO.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller reiterou a posição dos EUA, de que a Suécia está pronta para ingressar na Aliança Atlântica, manifestando confiança de que Erdogan vai retirar o veto.

A Turquia é o último país da NATO, juntamente com a Hungria, a opor-se à adesão da Suécia, apesar das medidas tomadas pelo país escandinavo, incluindo a reforma da Constituição e a aprovação de uma nova lei antiterrorista, enquanto Erdogan critica a Suécia pela sua alegada clemência para com os militantes curdos que se refugiaram no país.

A Aliança Atlântica anunciou para hoje à noite uma conferência de imprensa do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, após o seu encontro com o Presidente turco e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Estocolmo tinha manifestado otimismo quanto à possibilidade de a Turquia abandonar as objeções à adesão da Suécia à NATO, considerando a decisão uma questão de tempo.

[Notícia atualizada às 20h39]

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