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Ativista egípcio Zaki foi condenado a três anos por informação falsa

O investigador e ativista egípcio Patrick Zaki foi condenado hoje a três anos de prisão por "informação falsa" divulgada num artigo que denunciava discriminação dos cristãos coptas no Egito.

Ativista egípcio Zaki foi condenado a três anos por informação falsa
Notícias ao Minuto

15:21 - 18/07/23 por Lusa

Mundo Egito

Zaki -- estudante e ativista dos direitos humanos, cristão copta egípcio que foi libertado em dezembro de 2021, após 22 meses em prisão preventiva em que, de acordo com a Amnistia Internacional, foi torturado - esteve presente hoje numa audiência no tribunal de Segurança do Estado em Mansoura, cidade 130 quilómetros a norte do Cairo.

Após a audição, Zaki foi detido e de imediato levado para a prisão, de acordo com Hossam Bahgat, fundador da Iniciativa Egípcia para os Direitos dos Indivíduos.

Como o julgamento deste ativista defensor dos direitos humanos foi realizado perante um tribunal especial, não tem possibilidade de recorrer da sentença.

A secção italiana da Amnistia Internacional denunciou esta sentença judicial classificando-a como "um veredicto escandaloso", alegando que o ativista foi retratado como uma "personagem assustadora".

Zaki arriscava uma pena de até cinco anos de prisão por ter publicado em 2019 um artigo num jornal eletrónico onde relatava violações dos direitos dos coptas, a maior minoria cristã do Médio Oriente, à qual pertencem de 10 a 15% dos 105 milhões de egípcios.

Especialista em questões de género, Zaki foi detido em fevereiro de 2020 por uma acusação de terrorismo quando regressava de Itália, onde estudava na Universidade de Bolonha.

Na prisão, Zaki -- a quem o Senado em Roma votou para lhe conceder a nacionalidade italiana - foi "espancado e torturado com eletricidade", segundo organizações de defesa dos direitos humanos.

Sua condenação em pleno diálogo nacional, lançado no início de maio para discutir todos os assuntos revoltados a menos de um ano das eleições presidenciais, chocou as fileiras dos ativistas de direitos humanos.

Zaki foi considerado um preso político, vítima do regime do Presidente Hosni Mubarak (1981-2011), quando as liberdades foram restritas aos intelectuais, para serem diminuíram ainda mais com a chegada ao poder do Presidente Abdel Fattah al-Sisi, em 2014.

O Egito ocupa as últimas posições no 'ranking' de liberdade académica em todo o mundo, estabelecido pelo Índice Academic Freedom, ao lado da Arábia Saudita, Turquia e China.

Desde 2014, as autoridades egípcias realizam atos de repressão contra académicos, mas também jornalistas, artistas, advogados, sindicalistas e outros ativistas políticos.

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