Desenvolvimento de infraestruturas em África é "absolutamente primordial"
O presidente do Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, disse hoje em Carcavelos, arredores de Lisboa, que o desenvolvimento de infraestruturas em África é "absolutamente primordial".
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Mundo Gana
"A ausência de infraestruturas é uma das desvantagens mais graves que as economias africanas enfrentam para crescer. Temos de ser capazes, nesta geração, de lidar com estas questões das estradas, dos caminhos-de-ferro, das ligações, porque sem isso vai ser muito difícil criar as condições para as empresas crescerem. Portanto, longe de ser de alguma forma irrelevante, é fundamental para o desenvolvimento da economia africana", afirmou, intervindo na cerimónia de encerramento do Eurafrican Forum, no "Diálogo entre Presidentes", em que participou também o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente do Gana também se referiu à onda migratória africana em direção à Europa.
"Obviamente, há uma questão importante que continua a ser um ponto de contacto muito importante entre nós, que é o processo de migração, em que ainda muitos, muitos jovens africanos, porque não veem oportunidades para si próprios no continente, insistem em tentar migrar para a Europa. E, claro, isso faz parte do que agora se está a tornar parte da política interna da Europa", vincou.
Segundo Akufo-Addo, "muitos dos governos populistas, dos movimentos que surgiram na Europa em resposta direta a esta pressão que a migração está a exercer sobre os europeus é compreensível (...) mas é evidente que a migração, por si só, vai diminuir quando as oportunidades forem criadas".
"E penso que é para aí que todas as forças progressistas do continente [africano] estão a voltar a sua atenção, para garantir que criamos essas oportunidades para o nosso próprio povo, para que as energias dos jovens sejam dedicadas ao desenvolvimento dos nossos países e do nosso continente. Vai ser difícil. Construir o sucesso e a prosperidade nunca foi fácil em nenhuma parte do mundo, e também não será fácil na nossa parte do mundo, especialmente quando temos de lidar com algumas condições prévias que são absolutamente críticas", adiantou.
Um grande desafio é a questão da segurança e estabilidade na África Ocidental, nomeando a ameaça representada pelo fundamentalismo islâmico.
"É uma luta que temos de ganhar. Não podemos permitir que eles tomem conta dos nossos Estados e isso não é porque alguém seja anti-muçulmano, mas porque somos antiterroristas. Não podemos permitir que Estados terroristas proliferem na nossa parte do mundo. Foram expulsos do Médio Oriente, do Afeganistão e foram parar à Líbia e quando Mohammar Kadhafi foi derrubado, tiveram de partir e muitos deles atravessaram o [deserto do] Saara e refugiaram-se no Mali e a partir daí têm vindo a estender a sua influência, tal como ela é, para leste, na África Ocidental", frisou.
Trata-se de "um grande desafio" porque, "sem segurança, sem estabilidade, será obviamente difícil criar as condições para um rápido crescimento económico", admitiu.
"Portanto, esse é um grande desafio que teremos de ultrapassar. E estamos determinados em ultrapassá-lo", frisou.
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