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Ativista egípcio Zaki libertado da prisão após perdão presidencial

O investigador e ativista de direitos humanos egípcio Patrick Zaki, que estudava em Itália, foi hoje libertado da prisão ao abrigo de um indulto presidencial, depois de ter sido condenado a três anos de cadeia.

Ativista egípcio Zaki libertado da prisão após perdão presidencial
Notícias ao Minuto

14:44 - 20/07/23 por Lusa

Mundo Patrick

Na quarta-feira, o Presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sissi, concedeu um indulto ao investigador, mas também a outras cinco pessoas, incluindo a Mohamed al-Baqer, advogado do preso político mais conhecido do país, o 'blogger' pró-democracia e ícone da "revolução" de 2011 Alaa Abdel Fattah.

A libertação de Patrick Zaki - cristão copta egípcio - da prisão em Mansoura foi anunciada por Hossam Bahgat, fundador da Iniciativa Egípcia pelos Direitos Individuais, que colocou hoje uma foto do ativista na rede social Facebook.

Zaki foi condenado esta semana a uma pena de três anos de prisão por ter publicado em 2019 um artigo num jornal 'online' no qual denunciava "violações" dos direitos dos coptas, a mais importante minoria cristã do Médio Oriente que representa entre 10% a 15% dos 105 milhões de egípcios.

Especialista em questões de género, Zaki foi detido em fevereiro de 2020 por uma acusação de terrorismo quando regressava de Itália, onde estudava na Universidade de Bolonha.

Na prisão, Zaki -- a quem o Senado em Roma votou para lhe conceder a nacionalidade italiana - foi "espancado e torturado com choques elétricos", segundo denunciaram organizações de defesa dos direitos humanos.

Zaki foi considerado um preso político, vítima do regime do antigo Presidente Hosni Mubarak (1981-2011), quando as liberdades foram fortemente restringidas para os intelectuais. O clima de repressão foi acentuado após a chegada ao poder de Abdel Fattah el-Sissi em 2013, na sequência de um golpe de Estado.

Num discurso gravado na quarta-feira, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que Zaki regressaria à Itália hoje, mas ainda não é claro se o ativista já poderá sair do país.

"Quero agradecer o empenho, tanto dos diplomatas italianos quanto dos egípcios, que nos últimos meses nunca pararam de trabalhar para chegar à solução desejada" disse Meloni, que tinha pedido a libertação do ativista.

O Egito ocupa os últimos lugares na classificação das liberdades individuais no mundo estabelecida na lista da Academic Freedom, ao lado da Arábia Saudita, Turquia ou China.

As autoridades desencadearam desde 2013 uma impiedosa repressão contra o meio académico, os jornalistas, artistas, advogados, sindicalistas ou militantes políticos.

Leia Também: Ativista egípcio Zaki foi condenado a três anos por informação falsa

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