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Espanha: 37,4 milhões chamados a votar em legislativas antecipadas

Espanha tem eleições legislativas no próximo domingo, com as últimas sondagens, publicadas na segunda-feira, a coincidirem numa vitória da direita e na derrota do atual primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez.

Espanha: 37,4 milhões chamados a votar em legislativas antecipadas
Notícias ao Minuto

11:02 - 21/07/23 por Lusa

Mundo Espanha/Eleições

As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.

Estes são alguns dos pontos essenciais relacionados com as eleições de 23 de julho:

37,4 milhões de eleitores

Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977, e estão chamados a votar 37.469.142 eleitores, para escolherem 350 deputados e 208 senadores.

São eleitos deputados e senadores em 52 círculos eleitorais, que correspondem às províncias espanholas e às cidades autónomas de Ceuta e Melilla.

Os deputados e senadores tomarão posse em 17 de agosto e caberá depois ao Congresso dos Deputados eleger o primeiro-ministro, em função dos candidatos que se apresentem à câmara, indicados pelos partidos.

Mais de 2,6 milhões de eleitores, perto de 7% do total, pediram para votar por correio, o que podem fazer até às 14:00 de hoje.

A lei espanhola permite a todos os recenseados em território espanhol votar por correio e os pedidos deste ano, numas legislativas antecipadas convocadas há menos de dois meses que coincidem com o verão e as férias de boa parte dos espanhóis, são um recorde, que até agora estava em 1,4 milhões nas eleições de 2016.

Um governo para quatro partidos

Há dezenas de listas candidatas nas eleições de domingo, muitas de partidos de âmbito regional e local, num espelho da diversidade de Espanha.

Quatro partidos apresentaram listas de âmbito nacional e têm pretensão de chegar ao Governo: Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Partido Popular (PP, direita), Somar (extrema-esquerda) e VOX (extrema-direita).

O Governo atual é uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos, constituída por partidos que agora se juntaram a uma nova 'marca', o Somar (Sumar em espanhol), liderado pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, e que integra 15 formações, naquela que é considerada a maior aliança de esquerda que já houve em Espanha.

O Governo do PSOE e da Unidas Podemos não tinha uma maioria absoluta de deputados no parlamento e para tomar posse, em janeiro de 2020, contou com os votos a favor ou com a abstenção de outros oito partidos representados no Congresso, entre eles, nacionalistas bascos e galegos e separatistas da Catalunha e do País Basco.

Se no domingo não sair um resultado claro das eleições, ou seja, se não houver possibilidade de maioria absoluta entre PP e VOX ou entre PSOE e Somar, a chave do governo de Espanha poderá de novo ficar nas mãos de partidos de âmbito regional e local.

Sondagens

A lei espanhola proíbe a publicação de sondagens nos cinco dias anteriores às eleições, pelo que os últimos estudos conhecidos são de segunda-feira.

Todas as sondagens publicadas nesse dia confirmavam, com uma única exceção em dezenas de estudos, a vitória do PP e colocavam à beira da maioria absoluta o conjunto da direita e da extrema-direita.

As últimas sondagens davam a vitória ao PP, mas sem maioria absoluta, colocavam o PSOE como segunda força mais votada, mas dividiam-se em relação ao terceiro lugar, que pode ficar com o VOX ou com o Somar.

As sondagens coincidiam também em que o VOX terá este ano menos deputados do que os 52 que conseguiu nas eleições anteriores, em 2019, mas o resultado do partido de extrema-direita poderá agora ser decisivo, se tiver possibilidade de formar uma maioria absoluta no parlamento com a bancada do PP e, assim, vir a entrar no Governo ou evitar uma 'geringonça' entre partidos de esquerda e regionais.

Pactos pós-eleitorais

As alianças do PP e do PSOE para chegarem ou se manterem no poder foram o tema que dominou a campanha eleitoral, que termina hoje.

A esquerda fez da ameaça da entrada da extrema-direita no Governo de Espanha, aliada ao PP, como acontece em três executivos autonómicos, a mensagem central da sua campanha, considerando que há risco de retrocessos em direitos e liberdades e nas políticas ambientais.

Já PP e VOX sublinharam a coligação dos socialistas, na última legislatura, com a extrema-esquerda, a que se referem como "os comunistas", e os acordos com partidos independentistas da Catalunha e do País Basco, naquilo que consideram ser uma ameaça à integridade de Espanha.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, admitiu no início da campanha uma coligação governamental com o VOX se depender do voto favorável dos deputados da extrema-direita para chegar a primeiro-ministro. No entanto, nos últimos dias, tem dito que não quer governar com "os extremos", que são sinónimo de "bloqueios", e tem apelado à concentração do voto de direita nos populares.

Leia Também: Fim de campanha em Espanha com apelo ao voto útil contra extrema-direita

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