Direita conservadora alemã exclui cooperação com a extrema-direita
O presidente do partido conservador alemão CDU, da ex-chanceler Angela Merkel, excluiu hoje qualquer cooperação a nível local com a extrema-direita, que tinha previamente admitido, ficando sob pressão no seu próprio campo.
© Emmanuele Contini/NurPhoto via Getty Images
Mundo Angela Merkel
"Não haverá qualquer cooperação a nível local da CDU [União Democrata-Cristã] com a AfD [Alternativa para a Alemanha, partido de extrema-direita]", afirmou Friedrich Merz na rede social Twitter.
No domingo, durante uma entrevista concedida à cadeia televisiva ZDF, Merz tinha precisamente sugerido o contrário.
"Se um conselheiro de um cantão, um presidente de câmara, for eleito e pertencer à AfD, é natural que seja necessário procurar vias para continuar a trabalhar em conjunto nessa cidade", indicou.
Merz reagia aos recentes sucessos eleitorais da AfD a nível local e regional, incluindo a eleição do seu primeiro presidente de câmara.
Esta abertura do líder da CDU suscitou uma viva reação nas fileiras dos conservadores, em particular de diversos chefes de governos regionais, pelo facto de o partido ter adotado uma moção que excluiu qualquer cooperação com a extrema-direita.
"A AfD apenas conhece a oposição e a divisão", declarou o presidente da Câmara de Berlim, Kai Wegner, que governa com os sociais-democratas na cidade-estado regional.
O chefe do governo da Baviera, Markus Söder presidente da União Social Cristã [CSU, a ala regionalista da CDU e implantada nesta região do sul da Alemanha] também rejeitou qualquer cooperação com a AfD "a qualquer nível político".
A AfD "é antidemocrática, de extrema-direita e divide a nossa sociedade", disse Söder no Twitter.
As eleições regionais na Baviera estão previstas para o próximo mês de outubro.
Os conservadores alemães, primeiro partido da oposição, estão sob pressão desde há vários meses devido à subida da AfD em diversas sondagens.
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