ACNUR renova apelo ao fim da guerra no Sudão que entrou no 100.º dia
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) renovou hoje o apelo ao fim do conflito no Sudão, que entrou no 100.º dia, marcado pelo recrudescer dos combates e aumento do fluxo de refugiados.
© AFP via Getty Images
Mundo Sudão
"O rápido aumento do número de pessoas deslocadas que fogem em busca de segurança" levanta sérias preocupações ao ACNUR, ainda mais perante "a escalada do conflito em Cartum (capital), bem como nas regiões do Darfur e do Cordofão".
Desde o início dos combates pelo poder entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), em 15 de abril, mais de 3,3 milhões de pessoas foram deslocadas dentro do país e através das fronteiras.
Mais de 740.000 pessoas fugiram e chegaram "em condições angustiantes aos países vizinhos -- incluindo o Chade, a República Centro-Africana, o Egito, a Etiópia e o Sudão do Sul", e há "mais de 185.000 refugiados acolhidos pelo Sudão que foram forçados a mudar-se para áreas mais seguras", descreve a agência da ONU.
"Estes números são impressionantes. Os civis, que não têm nada a ver com este conflito, são infelizmente arrancados das suas casas e meios de subsistência diariamente", disse Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Alarmados com a "grave crise de saúde e nutrição", as equipas do ACNUR que ali atuam deram conta de que no estado do Nilo Branco, no Sudão, quase 300 crianças refugiadas sul-sudanesas morreram por suspeita de sarampo e subnutrição desde o início do conflito.
"Isto tem de acabar. É tempo de todas as partes envolvidas neste conflito porem imediatamente termo a esta trágica guerra", pediu o mais alto responsável do ACNUR.
À medida que mais pessoas continuam a fugir, os locais de acolhimento dentro do país e nos países vizinhos estão rapidamente a ficar sobrelotados.
O ACNUR que, juntamente com parceiros, fornece água potável, cuidados de saúde, bens de primeira necessidade e abrigos aos recém-deslocados no Sudão e nos países vizinhos, pede "urgentemente maior apoio dos doadores".
Apesar da urgência da crise, dos 566 milhões de dólares (511 milhões de euros) que considerou indispensáveis para prestar assistência, o ACNUR e outros parceiros para o Plano Regional de Resposta aos Refugiados (PRR) receberem apenas cerca de um quarto (24%), referiu a agência da ONU em comunicado.
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