"Em 2022 foram detetadas 38 vítimas moçambicanas que haviam sido recrutadas por dois cidadãos também moçambicanos" para a África do Sul, disse Amabélia Chuquela, durante o lançamento, em Maputo, da semana de comemoração do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, que se assinala a 30 de julho.
Segundo a responsável, os 38 moçambicanos foram recrutados em Inhambane, no sul do país, para trabalhar numa quinta na África do Sul, num crime que as autoridades consideram que coloca em "situação de vulnerabilidade" as pessoas desfavorecidas.
"Este é um caminho propício para que os perpetradores destes fenómenos de tráfico contra as pessoas atuem", vincou Elisa Samuel, do Centro de Formação Jurídica e Judiciária.
A procuradora-geral adjunta referiu ainda que o país enfrenta "desafios enormes" para identificar as vítimas do tráfico, acrescentando que 41% das identificadas entre 2017 e 2021 escaparam dos traficantes por conta própria.
"A identificação das vítimas de tráfico é uma tarefa importante porque só assim elas podem receber o apoio e assistência necessária, além da reparação das violações por elas sofridas e a sua reinserção social e económica", frisou Amabélia chuquela.
De acordo com a procuradora, a cada oito minutos, uma a oito pessoas são traficadas no mundo, sendo as mulheres as principais vítimas.
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