O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Andri Kovalov.
Kovalov reivindicou que as forças ucranianas estão a conseguir estabelecer-se nos territórios libertados nas últimas semanas, incluindo em Staromaiorkse, localidade situada no sudoeste da região de Donetsk, de onde a Ucrânia pretende empurrar as forças russas para o ocupado porto de Berdyansk, no Mar de Azov.
O porta-voz militar de Kyiv explicou que as tropas russas "continuam a apresentar uma forte resistência" e que está a mobilizar mais unidades e reservistas para conter a ofensiva ucraniana naquela zona da frente.
Enquanto estavam na área de Bakhmut, as tropas ucranianas forçaram os soldados russos a abandonar as suas posições perto de Andrivka, ao sul da cidade de Bakhmut, em Donetsk, ocupada pelos russos, informou Kovalov.
O porta-voz militar afirmou ainda que as forças russas não conseguem avançar nas áreas onde continuam a atacar a leste e a sul da frente.
Hoje, o líder imposto pela Rússia para a região oriental ucraniana de Donetsk, Denis Pushilin, admitiu que a situação em torno da cidade de Bakhmut é "difícil" para as tropas russas, que melhoraram as posições em Avdivka e Liman.
"Infelizmente, Artiomovsk [como Bakhmut é chamada pelos russos] continua sob fogo, o que dificulta qualquer trabalho de restauro, e nem sequer é possível iniciar totalmente a fase de reconhecimento", disse Pushilin ao canal de televisão Rossia-24.
O líder russo de Donetsk observou que as forças ucranianas, na contraofensiva neste segmento da frente, estão a tentar obter algum sucesso e que, nalguns combates, conseguem "momentaneamente" repelir as tropas russas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kyiv e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
Leia Também: Governo ucraniano diz que ponte na Crimeia é alvo para os seus militares