Os agentes envolvidos na operação, apelidada de 'Flash-Weka', também detetaram 2.731 migrantes irregulares, identificaram 823 vítimas de tráfico e apreenderam armas de fogo, veículos e outros bens utilizados por organizações criminosas, disse hoje a Interpol em comunicado.
A agência internacional de polícia disponibilizou as suas bases de dados e colaborou com as forças de segurança dos países envolvidos e com a agência Afripol, da União Africana, que facilita a troca de informações entre os países africanos sobre criminalidade, terrorismo, tráfico de drogas e de armas.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, referiu que "o tráfico de seres humanos e o contrabando de migrantes fazem frequentemente parte de uma cadeia criminosa mais vasta e complexa".
Daí, acrescentou Stock, a importância da cooperação com a Afripol para desmantelar estas redes, identificar e "resgatar milhares de vítimas retidas".
Entre as várias ações levadas a cabo, oito cidadãos marroquinos foram intercetados num bote com coletes salva-vidas quando se preparavam para atravessar ilegalmente a costa espanhola.
Em Angola, sete mulheres vietnamitas, recrutadas online com a promessa de trabalho em hotéis e salões de beleza, foram resgatadas dos seus traficantes, também vietnamitas, que as obrigavam à prostituição.
As investigações na Tunísia sobre um barco encontrado a 80 milhas ao largo da costa de Kerkennah concluíram que naufragou quando navegava entre a Líbia e a Itália com 59 passageiros, incluindo crianças, de países como o Bangladesh, o Egito, o Paquistão e a Síria.
Foram assim identificadas redes no Burkina Faso, nos Camarões, onde as vítimas foram resgatadas em Yaoundé e os suspeitos detidos na Costa do Marfim, Gana, Guiné-Conacri e Mali.
As informações recebidas na Serra Leoa através da Interpol levaram a uma operação policial que ajudou a resgatar 15 supostas vítimas de tráfico de pessoas, todos homens do Sri Lanka, segundo a mesma fonte.
No Togo, num hotel de Lomé, as autoridades resgataram 30 vítimas do tráfico de seres humanos da Nigéria que eram exploradas sexualmente.
Na Síria, a polícia resgatou um menor e prendeu dois homens suspeitos de tráfico para exploração sexual.
Finalmente, as autoridades iraquianas prenderam nove pessoas suspeitas de envolvimento em casos de tráfico de órgãos.
Em junho de 2022, uma repressão semelhante ao 'Flash-Weka', 'Weka II', mobilizando 44 países em quatro continentes, resultou na prisão de 300 pessoas, incluindo 83 contrabandistas de migrantes e 88 suspeitos de tráfico de pessoas. Cerca de 700 vítimas foram resgatadas.
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