Sudão. Pelo menos 18 trabalhadores humanitários morreram no conflito
Pelo menos 18 funcionários de grupos humanitários, incluindo profissionais de saúde, morreram desde o início do conflito no Sudão, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU), lamentando que estes não sejam poupados nos "horrendos atos de violência e abuso".
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Mundo Sudão
De acordo com a ONU dezenas de funcionários humanitários ficaram feridos desde o início da guerra, mais de 30 foram presos e alguns estão desaparecidos.
"Lamentamos que os trabalhadores humanitários não sejam poupados dos horrendos atos de violência e abuso. Eles nunca devem ser um alvo", lamentou a diretora do escritório regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para a África Oriental, Chifre da África e Grandes Lagos, Clementine Nkweta-Salami.
A responsável acrescentou que instalações humanitárias também foram atacadas, registando 50 armazéns saqueados, cerca de 80 escritórios assaltados e mais de 200 veículos roubados.
Somam-se mais de 50 ataques a abrigos dedicados à saúde.
"Condeno veementemente todos esses ataques: eles devem parar para que a comunidade humanitária possa continuar a prestar ajuda essencial e impedir uma maior deterioração da situação humanitária", disse a diretora na semana que marcou 100 dias de conflito.
Nkweta-Salami apelou a que todas as partes no conflito adiram ao Direito Internacional Humanitário e aos Direitos Humanos, "incluindo a proteção de todos os civis e infraestrutura civil, bem como o acesso desimpedido e seguro para pessoal humanitário e suprimentos em todo o país".
A diretora salientou que o conflito sudanês transformou "uma situação humanitária desesperadora em uma catástrofe total", na qual 3,3 milhões de pessoas fugiram de casa em busca de áreas mais seguras, enquanto muitas permanecem sem serviços básicos.
"Apesar disto, a comunidade internacional permanece firme no compromisso de apoiar o povo do Sudão e tem feito enormes e corajosos esforços para prestar assistência em circunstâncias muito difíceis", acrescentou.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a situação no Sudão devido à guerra entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) atingiu "níveis muito graves" e destacou que o país enfrenta "uma crise humanitária catastrófica" que afetou seis países da região.
Pelo menos 24 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, incluindo 2,6 milhões de deslocados internos, enquanto mais de 750 mil pessoas fugiram do Sudão, números que "crescem a cada dia" na ausência de um acordo para terminar o conflito.
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