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Profanações do Corão aumentam riscos de segurança na Suécia

A situação de segurança na Suécia deteriorou-se após as recentes queimas no país do livro sagrado islâmico, o Corão, e protestos no mundo muçulmano que impactaram negativamente a imagem da nação nórdica, alertaram hoje os serviços secretos suecos.

Profanações do Corão aumentam riscos de segurança na Suécia
Notícias ao Minuto

13:36 - 26/07/23 por Lusa

Mundo Suécia

Os serviços secretos, conhecidos pelo acrónimo SAPO, indicaram que a queima e a profanação no país de livros religiosos, no caso o Corão, e as campanhas de desinformação nas redes sociais "afetaram negativamente" o perfil de segurança da Suécia.

"[A imagem da Suécia mudou] de um país tolerante para um país hostil ao Islão e aos muçulmanos, onde os ataques a muçulmanos são sancionados pelo Estado e onde as crianças muçulmanas podem ser raptadas pelos serviços sociais", refere o SAPO, num comunicado.

Esta situação está a alimentar o risco de ameaças contra a Suécia por parte de "indivíduos dentro do meio islâmico violento", disse a agência.

Para a SAPO, o atual risco de terrorismo na Suécia permanece num nível elevado -- três numa escala de cinco. 

"É uma situação grave aquela em que nos encontramos. É uma ameaça elevada e um ataque pode ocorrer dentro da estrutura de uma ameaça elevada", disse Susanna Trehörning, vice-diretora do departamento de contraterrorismo da SAPO, à emissora pública sueca SVT. 

Uma série recente de profanações públicas do Corão por um punhado de ativistas anti-islâmicos na Suécia e, mais recentemente, na vizinha Dinamarca, provocou reações de indignação em países muçulmanos. 

Não há lei na Suécia que proíba especificamente a queima ou profanação do Corão ou de outros textos religiosos. Como muitos países ocidentais, a Suécia não tem nenhuma lei de blasfémia.

O direito à realização de manifestações públicas é protegido pela constituição da Suécia, país em que as leis de blasfémia foram abandonadas na década de 1970. 

A polícia geralmente dá permissão com base na crença de que uma reunião pública pode ser realizada sem grandes interrupções ou riscos para a segurança pública.

Tendo a questão como pano de fundo, o Irão anunciou hoje que os 56 Estados membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) vão reunir-se virtualmente a 31 deste mês para analisar as profanações do Corão na Suécia e Dinamarca.

"A OIC concordou em realizar uma reunião de emergência dos chefes da diplomacia na segunda-feira, 31 de julho, em que será analisada a questão das ofensas contra o livro sagrado do Corão na Suécia e na Dinamarca", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani.

Num comunicado, o porta-voz sublinhou que a realização da reunião extraordinária decorrerá na sequência de uma proposta apresentada por Teerão e Bagdade, bem como de vários telefonemas e mensagens do chefe da diplomacia iraniana, Hosein Amir Abdolahian, aos seus homólogos em países islâmicos.

Hoje, num comunicado, o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, condenou as profanações de livros religiosos na Suécia e na Dinamarca, dizendo que os atos "de provocadores individuais só beneficiam aqueles que querem dividir as sociedades".

"O respeito pela diversidade é um valor fundamental da União Europeia. Isso inclui o respeito por outras comunidades religiosas", disse Borrell, para quem a profanação do Corão, ou de qualquer outro livro considerado sagrado, "é ofensiva, desrespeitosa e uma clara provocação".

Leia Também: UE condena queima "ofensiva" do Alcorão na Dinamarca e na Suécia

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