Sudão. Exército e paramilitares suspendem negociações para cessar-fogo
As negociações indiretas na Arábia Saudita entre delegações do exército sudanês e do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) foram hoje novamente suspensas, após terem sido retomadas há uma semana, devido a divergências entre as duas partes.
© Getty Images
Mundo Sudão
Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês disse à agência de notícias EFE, sob condição de anonimato, que a delegação do exército regressou a Porto Sudão, no leste do país africano, para realizar "consultas" com o líder das forças armadas, o general Abdel Fattah al-Burhan.
As negociações foram suspensas devido a "desacordos" entre as duas partes, em conflito desde 15 de abril, segundo a fonte, que explicou que o exército insistia na saída dos paramilitares das zonas residenciais e na desocupação de instalações públicas, como hospitais, assim como de casas particulares.
Por seu lado, as RSF exigiram que a sua saída das zonas residenciais fosse supervisionada por organismos internacionais para garantir a retirada "segura" dos paramilitares, que desde o início do conflito têm estado confinados a zonas povoadas para evitar serem bombardeados pela força aérea.
No entanto, o exército rejeitou o pedido dos paramilitares, segundo a fonte, que não deu mais pormenores.
Estas negociações indiretas na cidade portuária saudita de Jeddah foram retomadas há uma semana com o objetivo de alcançar um cessar-fogo permanente, algo que ambas as partes afirmam querer alcançar para pôr fim ao derramamento de sangue no Sudão.
Mas os combates prosseguem no país e são particularmente violentos em Cartum, onde o exército bombardeou hoje posições das RSF no centro e no sul da capital, enquanto os paramilitares responderam com artilharia.
A violência aumentou no Sudão nos últimos dias e pelo menos 16 pessoas foram mortas na cidade de Um Durman, a oeste de Cartum, em fogo cruzado na terça-feira, de acordo com os chamados comités da resistência sudanesa.
Desde o início da guerra, cerca de 3.900 pessoas foram mortas, de acordo com o Projeto de Dados de Eventos e Localização de Conflitos Armados (ACLED), enquanto a violência forçou mais de 3,5 milhões de pessoas a serem deslocadas interna e externamente, segundo a ONU.
Leia Também: Sudão. Pelo menos 18 trabalhadores humanitários morreram no conflito
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com