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Sudão. Exército e paramilitares suspendem negociações para cessar-fogo

As negociações indiretas na Arábia Saudita entre delegações do exército sudanês e do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) foram hoje novamente suspensas, após terem sido retomadas há uma semana, devido a divergências entre as duas partes.

Sudão. Exército e paramilitares suspendem negociações para cessar-fogo
Notícias ao Minuto

20:05 - 26/07/23 por Lusa

Mundo Sudão

Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês disse à agência de notícias EFE, sob condição de anonimato, que a delegação do exército regressou a Porto Sudão, no leste do país africano, para realizar "consultas" com o líder das forças armadas, o general Abdel Fattah al-Burhan.

As negociações foram suspensas devido a "desacordos" entre as duas partes, em conflito desde 15 de abril, segundo a fonte, que explicou que o exército insistia na saída dos paramilitares das zonas residenciais e na desocupação de instalações públicas, como hospitais, assim como de casas particulares.

Por seu lado, as RSF exigiram que a sua saída das zonas residenciais fosse supervisionada por organismos internacionais para garantir a retirada "segura" dos paramilitares, que desde o início do conflito têm estado confinados a zonas povoadas para evitar serem bombardeados pela força aérea.

No entanto, o exército rejeitou o pedido dos paramilitares, segundo a fonte, que não deu mais pormenores.

Estas negociações indiretas na cidade portuária saudita de Jeddah foram retomadas há uma semana com o objetivo de alcançar um cessar-fogo permanente, algo que ambas as partes afirmam querer alcançar para pôr fim ao derramamento de sangue no Sudão.

Mas os combates prosseguem no país e são particularmente violentos em Cartum, onde o exército bombardeou hoje posições das RSF no centro e no sul da capital, enquanto os paramilitares responderam com artilharia.

A violência aumentou no Sudão nos últimos dias e pelo menos 16 pessoas foram mortas na cidade de Um Durman, a oeste de Cartum, em fogo cruzado na terça-feira, de acordo com os chamados comités da resistência sudanesa.

Desde o início da guerra, cerca de 3.900 pessoas foram mortas, de acordo com o Projeto de Dados de Eventos e Localização de Conflitos Armados (ACLED), enquanto a violência forçou mais de 3,5 milhões de pessoas a serem deslocadas interna e externamente, segundo a ONU.

Leia Também: Sudão. Pelo menos 18 trabalhadores humanitários morreram no conflito

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