"Acabar com as sanções e com as listas negras, descongelar as reservas bancárias do Afeganistão [no exterior] e acabar com as violações ao espaço aéreo" do país asiático são alguns dos pontos que Muttaqi tratará com o representante especial norte-americano, Thomas West, em Doha, Qatar, disse Abdul Qahar Balkhi.
A reunião, para a qual nenhuma das partes avançou uma data concreta mas que acontecerá antes do final do mês, incluirá também a enviada especial dos EUA para os direitos das mulheres e das meninas afegãs e para os direitos humanos no Afeganistão, Rina Amiri, diplomata e ativista norte-americana nascida no território afegão.
Washington já declarou, no entanto, que a reunião não significa um sinal de um reconhecimento oficial dos EUA do regime de Cabul.
"Deixamos muito claro que entraremos em contacto com os talibãs quando é do nosso interesse fazê-lo, mas isso não significa nenhum reconhecimento, normalização ou legitimação dos talibãs", disse, na quarta-feira, o vice-porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, numa conferência de imprensa em Washington.
Patel sublinhou a "intensa preocupação" dos EUA pelos "abusos atrozes aos direitos humanos" levados a cabo pelos fundamentalistas afegãos desde que chegaram ao poder em Cabul, em agosto de 2021.
A marginalização das mulheres, com o veto à educação superior feminina, e os impedimentos para o trabalho das afegãs, assim como a segurança e a estabilização económica, são alguns dos temas que Washington espera tratar com os talibãs em Doha.
Apesar das promessas de mudança em relação ao regime que lideraram entre 1996 e 2001, os talibãs têm assumido posições extremas e promovido um declínio contínuo dos direitos humanos, especialmente em relação às mulheres.
Ao mesmo tempo, os fundamentalistas têm exigido o reconhecimento da comunidade internacional.
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