Mais de 20 importantes grupos de defesa dos direitos humanos e vários 'think tanks' internacionais fizeram o mesmo apelo, argumentando que a prática dos EUA de reter parte da ajuda está a ser eficaz em obrigar o Presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, a diminuir os abusos sobre a população.
Em causa, está a retenção de cerca de 25% dos 1,3 mil milhões de dólares (cerca de 1,1 milhões de euros) em ajuda externa ao Egito.
O pedido pode ser especialmente difícil este ano para o Presidente norte-americano, Joe Biden, que está empenhado em manter unidos vários países em redor do mundo, incluindo o Egito, na luta contra a invasão russa da Ucrânia.
A carta dos senadores ao secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, serve como uma ronda de abertura na luta dos congressistas Democratas para reduzir o financiamento como forma de pressionar o governo de el-Sissi a conter os abusos de direitos humanos.
Numa outra carta enviada para a Casa Branca por várias ONG - incluindo a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch e a PEN International, bem como alguns 'think tanks' e grupos de defesa de direitos humanos - pede-se que Biden exerça pressão direta sobre o Governo egípcio, para obter mais garantias de respeito pelo Estado de Direito.
O relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado foi muito crítico sobre a atuação do regime egípcio, embora este país seja reconhecido como importante aliado na região.
O documento denuncia o aumento de execuções extrajudiciais e tortura, detenção de milhares de escritores, jornalistas, advogados e presos políticos, entre outros abusos.
A prisão e o silenciamento de críticos no Egito atraíram a condenação internacional e são pontos de atrito entre este país do norte da África e o Ocidente.
Nos últimos anos, o Congresso dos EUA ajudou a sustentar avultados pagamentos ao Egito, em troca de melhorias na defesa de direitos cívicos e humanos, mas os senadores consideram que essas vantagens serão mais facilmente obtidas com uma forte pressão sobre o regime do Cairo.
O Governo de Biden deve tomar uma decisão sobre o assunto no próximo mês, embora o prazo legal seja 30 de setembro.
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