Líder da oposição senegalesa detido pela polícia
O líder da oposição senegalesa Ousmane Sonko foi hoje detido, disseram à AFP dois membros do seu partido, que dizem desconhecer as razões para a detenção.
© Getty Images
Mundo Senegal
"Ousmane Sonko foi detido, havia 'gendarmes' [guardas militarizados] em frente à sua casa", disse à AFP Ousseynou Ly, porta-voz do partido Pastef.
Djibril Gueye Ndiaye, chefe de protocolo do líder da oposição, disse que a guarda "veio e levou-o".
Um alto funcionário da segurança confirmou à AFP que Sonko tinha sido detido, mas não disse porquê.
A detenção ocorreu no final da tarde de hoje.
"Ousmane Sonko acaba de dar entrada na cave do Tribunal", escreveu o advogado francês Juan Branco, que defende o opositor senegalês, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter).
Os bloqueios policiais que se encontravam à porta da casa de Sonko desde 28 de maio, por razões de "ordem pública e segurança nacional", foram levantados na segunda-feira.
Ousmane Sonko foi condenado em 01 de junho a dois anos de prisão por aliciamento de menores, um veredito que o torna inelegível para se candidatar a eleições, de acordo com os seus advogados e juristas.
A sua condenação provocou, no início de junho, a mais grave agitação dos últimos anos no Senegal, de que resultaram 16 mortos, segundo as autoridades, e cerca de trinta, segundo a oposição.
O porta-voz do governo senegalês, Abdou Karim Fofana, afirmou recentemente que a decisão de deter ou não o político da oposição cabia ao Ministério Público.
O ministro da Justiça tinha afirmado, logo após a sua condenação, que Sonko poderia ser detido "em qualquer altura".
O político da oposição, que foi nomeado pelo seu partido como candidato às próximas eleições presidenciais, foi também condenado a uma pena de prisão suspensa de seis meses, em 08 de maio, no âmbito de um recurso por difamação, uma sentença amplamente considerada como tornando-o inelegível para as eleições.
Sonko já tinha manifestado a intenção de se candidatar às eleições presidenciais do próximo ano.
A condenação ainda não transitou em julgado por Sonko ainda não ter esgotado os recursos para o Supremo Tribunal.
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