"Temos de acabar com as divisões e corrigir esta situação no âmbito de um Estado, um sistema, uma lei e um único governo", defendeu Abbas, referindo-se aos governos da Autoridade Nacional Palestiniana, na Cisjordânia, e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007.
Abbas fez o apelo durante um encontro em Al Alamein, no norte do Egito, com diferentes fações palestinianas que procuram a reconciliação -- uma reunião que foi boicotada por três grupos, entre eles o movimento Jihad Islâmica, devido à detenção de elementos desta fação na Cisjordânia.
O Presidente palestiniano atribuiu a existência desta "divisão abominável", entre a fação Fatah e o Hamas, ao golpe de Estado de 2007, numa referência aos violentos confrontos ocorridos após as eleições de 2006, nas quais o Hamas saiu vitorioso, mas cujo resultado nunca foi reconhecido pela comunidade internacional.
"A nossa unidade deve ser baseada em princípios e fundamentos claros, unidade e ordem", explicou Abbas, que expressou o desejo de realizar eleições presidenciais e legislativas logo que possível, com a condição de que os palestinianos em Jerusalém Oriental, ocupado por Israel, possam participar desse escrutínio.
Por sua vez, o líder do Hamas, Ismail Haniye, exigiu de Abbas "o fim da coordenação de segurança" com Israel, bem como o fim de detenções por "motivos de resistência, filiação a fações ou ação política".
Nesse sentido, Haniye apelou à reorganização da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e à formação de um novo Conselho Nacional, que inclua todas as fações e seja eleito em eleições democráticas.
Estes dois movimentos, Fatah e Hamas, vivem um clima de rivalidade pela liderança do seu povo desde 2007, mas recentemente têm procurado uma aproximação, em nome da reconciliação nacional.
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