"Juntamo-nos à CEDEAO e aos líderes regionais pela libertação imediata do Presidente Mohamed Bazoum e de sua família, e a restauração de todas as funções do Estado pelo governo legítimo e eleito democraticamente", indicou o texto divulgado pelo Departamento de Estado, que também se pronuncia pela "tolerância zero a alterações inconstitucionais".
"Os Estados Unidos saúdam o envio ao Níger do representante especial da CEDEAO e exortam todas as partes a colaborarem com a CEDEAO para uma solução rápida e pacífica da atual situação. Os Estados Unidos vão permanecer ativamente envolvidos com a CEDEAO e os líderes africanos sobre os próximos passos para preservar a democracia no Níger", pode ler-se no texto.
O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou no domingo para Niamey para se reunir com os militares da junta golpista do Níger após assistir na Nigéria à cimeira extraordinária da CEDEAO.
Já de acordo com a televisão estatal nigerina ORTN, Déby Itno efetuou uma escala em Niamey antes de regressar ao Chade após participar na cimeira e foi recebido no aeroporto pelo general Salifou Mody, ex-chefe de estado-maior do Níger e por outros membros da junta.
Após duas horas de reunião com Mody e os membros da junta nigerina, organizados no autodenominado Comité Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), deslocou-se ao palácio presidencial de Niamey, onde se encontrou com o líder da junta militar nigerina e autoproclamado chefe de Estado do país, general Abdourahamane Tiani, segundo a ORTN.
A CEDEAO emitiu no domingo um ultimato aos militares liderados pelo general Tiani, ao declarar que não exclui o uso da força caso não seja libertado e devolvam ao poder no prazo de uma semana o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.
Bazoum está detido desde a passada quarta-feira na sua residência presidencial, quando militares da guarda presidencial promoveram um golpe de Estado.
A junta anunciou de imediato a destituição do Presidente, a suspensão da Constituição, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem. Os militares pretendem ainda exercer "o conjunto dos poderes legislativos e executivos" até ao regresso "da ordem constitucional normal".
Em paralelo, o primeiro-ministro do deposto governo, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou ainda no domingo estar otimista sobre uma solução para o seu país sem necessidade de recorrer à força, pelo facto de as sanções internacionais serem suficientes para impor uma situação que seria "catastrófica".
"É um país que não poderá resistir a esse tipo de sanções", advertiu numa breve entrevista em Paris à cadeia televisiva France 24.
O político nigerino manifestou satisfação pela reação internacional face ao golpe da passada quarta-feira, em particular a resposta emitida pela CEDEAO.
Na capital milhares de pessoas desfilaram pelas ruas em apoio ao golpe de Estado denunciando a França, antiga potência colonial, e agitando bandeiras da Rússia. Os manifestantes aproximaram-se da embaixada francesa e derrubaram uma porta do edifício antes de serem dispersos por uma força militar.
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