Níger: EUA manifestam "tolerância zero" a alterações inconstitucionais

Os Estados Unidos saudaram no domingo as conclusões da cimeira extraordinária da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela defesa da "ordem constitucional" no Níger na sequência do golpe de Estado da passada quarta-feira.

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© Djibo Issifou/picture alliance via Getty Images

Lusa
31/07/2023 06:32 ‧ 31/07/2023 por Lusa

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"Juntamo-nos à CEDEAO e aos líderes regionais pela libertação imediata do Presidente Mohamed Bazoum e de sua família, e a restauração de todas as funções do Estado pelo governo legítimo e eleito democraticamente", indicou o texto divulgado pelo Departamento de Estado, que também se pronuncia pela "tolerância zero a alterações inconstitucionais".

"Os Estados Unidos saúdam o envio ao Níger do representante especial da CEDEAO e exortam todas as partes a colaborarem com a CEDEAO para uma solução rápida e pacífica da atual situação. Os Estados Unidos vão permanecer ativamente envolvidos com a CEDEAO e os líderes africanos sobre os próximos passos para preservar a democracia no Níger", pode ler-se no texto.

O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou no domingo para Niamey para se reunir com os militares da junta golpista do Níger após assistir na Nigéria à cimeira extraordinária da CEDEAO.

Já de acordo com a televisão estatal nigerina ORTN, Déby Itno efetuou uma escala em Niamey antes de regressar ao Chade após participar na cimeira e foi recebido no aeroporto pelo general Salifou Mody, ex-chefe de estado-maior do Níger e por outros membros da junta.

Após duas horas de reunião com Mody e os membros da junta nigerina, organizados no autodenominado Comité Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), deslocou-se ao palácio presidencial de Niamey, onde se encontrou com o líder da junta militar nigerina e autoproclamado chefe de Estado do país, general Abdourahamane Tiani, segundo a ORTN.

A CEDEAO emitiu no domingo um ultimato aos militares liderados pelo general Tiani, ao declarar que não exclui o uso da força caso não seja libertado e devolvam ao poder no prazo de uma semana o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Bazoum está detido desde a passada quarta-feira na sua residência presidencial, quando militares da guarda presidencial promoveram um golpe de Estado.

A junta anunciou de imediato a destituição do Presidente, a suspensão da Constituição, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem. Os militares pretendem ainda exercer "o conjunto dos poderes legislativos e executivos" até ao regresso "da ordem constitucional normal".

Em paralelo, o primeiro-ministro do deposto governo, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou ainda no domingo estar otimista sobre uma solução para o seu país sem necessidade de recorrer à força, pelo facto de as sanções internacionais serem suficientes para impor uma situação que seria "catastrófica".

"É um país que não poderá resistir a esse tipo de sanções", advertiu numa breve entrevista em Paris à cadeia televisiva France 24.

O político nigerino manifestou satisfação pela reação internacional face ao golpe da passada quarta-feira, em particular a resposta emitida pela CEDEAO.

Na capital milhares de pessoas desfilaram pelas ruas em apoio ao golpe de Estado denunciando a França, antiga potência colonial, e agitando bandeiras da Rússia. Os manifestantes aproximaram-se da embaixada francesa e derrubaram uma porta do edifício antes de serem dispersos por uma força militar.

Leia Também: Presidente do Chade no Níger. Argélia e Benim pedem libertação de Bazoum

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