NUG de Myanmar exige libertação "imediata" de Suu Kyi
O autodenominado Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês), que reclama a autoridade legítima em Myanmar (antiga Birmânia), pediu hoje a libertação "incondicional e imediata" de Aung San Suu Kyi e de todos os presos políticos.
© KOEN VAN WEEL/ANP/AFP via Getty Images
Mundo Aung San Suu Kyi
Num texto publicado nas redes sociais, o presidente do NUG, Duwa Lash, pediu a libertação de todos os presos políticos, exortando a Junta Militar, que governa o país, a "responsabilizar-se pelo bem-estar" dos reclusos.
O regime militar no poder reduziu hoje seis anos ao total de 33 anos de prisão a que foi condenada a antiga governante Aung San Suu Kyi, detida desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021.
De acordo com uma nota da Junta Militar, foram anuladas cinco das 19 condenações contra Suu Kyi, pelo que é improvável a libertação da líder política de 78 anos de idade.
O NUG, que exerce atividades na clandestinidade, constituiu-se inicialmente por ex-deputados que tinham sido eleitos nas legislativas de novembro de 2020 e que deram a vitória à Liga Nacional para a Democracia (LND), força política de Suu Kyi, que não chegou a tomar posse.
Apesar de ter assumido o compromisso de realizar eleições, após o golpe de Estado, o regime militar tem vindo a impor periodicamente o estado de emergência no país, adiando o processo eleitoral.
O estado de emergência foi prolongado mais uma vez, na segunda-feira, por um período de seis meses.
Os militares afirmam que a decisão sobre a imposição do estado de emergência é provocada pelos "atos de terror" levados a cabo pelas Forças Populares de Defesa (PDF), formadas por jovens oposicionistas sem experiência militar.
As PDF são apontadas como o braço armado do Governo de Unidade Nacional que é dissidente da Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi que, entre outros aspetos, não concorda com o uso de armas no combate contra o exército.
Fontes do Governo de Unidade Nacional disseram à agência de notícias espanhola EFE que a eventual aproximação da Junta Militar a Aung San Suu Kyi "pode ter como objetivo dinamitar a oposição" que está a preparar manifestações contra o alargamento do estado de emergência.
Aung San Suu Kyi, filha do líder da independência do país, esteve 15 anos em prisão domiciliária, na residência particular em Rangum, durante o anterior regime militar que se prolongou até 2011.
O golpe de Estado de 2021 derrubou o executivo que era liderado "de facto" por Suu Kyi e mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica marcada por confrontos armados.
As Nações Unidas têm condenado com veemência o regime militar que provocou uma crise de deslocados internos e refugiados, a prisão arbitrária de oposicionistas e um clima de estado de guerra, sobretudo nas zonas mais remotas do país.
Por outro lado, o apoio internacional a Aung San Suu Kyi diminuiu durante o massacre da minoria muçulmana rohingya pelos militares.
Em 2019, perante o Tribunal Penal Internacional, Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz, não condenou o massacre dos rohingya pelo exército de Myanmar.
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