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Amnistia Internacional denuncia crimes de guerra generalizados no Sudão

A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje, num novo relatório, os "crimes de guerra generalizados" no Sudão desde o início dos combates entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF).

Amnistia Internacional denuncia crimes de guerra generalizados no Sudão
Notícias ao Minuto

06:13 - 03/08/23 por Lusa

Mundo Sudão

O relatório, intitulado 'A Morte Chegou à Nossa Casa: Crimes de Guerra e Sofrimento dos Civis no Sudão', divulgado pouco depois das 00:00, documenta a morte de civis em ataques deliberados e indiscriminados, assim como casos de violência sexual contra raparigas de apenas 12 anos, ataques a hospitais e igrejas e pilhagens generalizadas.

Algumas das violações dos direitos humanos documentadas no Sudão, como os ataques a civis, constituem crimes de guerra, afirma a organização não-governamental de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres.

"Os civis em todo o Sudão sofrem um horror inimaginável a cada dia que passa, à medida que as Forças de Apoio Rápido e as Forças Armadas Sudanesas competem imprudentemente pelo controlo do território", afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional.

"As pessoas estão a ser mortas dentro das suas casas ou enquanto procuram desesperadamente alimentos, água e medicamentos", acrescentou, frisando que dezenas de mulheres e raparigas foram violadas e sujeitas a outras formas de violência sexual por membros das partes beligerantes.

"A espiral de violência na região do Darfur, onde as RSF e as milícias aliadas causam mortes e destruição incalculáveis, faz lembrar a campanha de terra queimada das décadas anteriores, por vezes envolvendo os mesmos atores", lê-se no relatório.

A tática da terra queimada consiste em destruir tudo o que possa ser útil ao inimigo durante o avanço ou a retirada.

"As RSF e as SAF, assim como os grupos armados com elas relacionados, têm de deixar de visar os civis e garantir a passagem segura dos que procuram segurança. Devem ser tomadas medidas urgentes para garantir a justiça e a reparação das vítimas e dos sobreviventes", afirma a AI.

Desde 15 de abril de 2023, as SAF (lideradas pelo general Abdel Fattah al-Burhan, chefe do Conselho Soberano do Sudão) e as RSF paramilitares (chefiadas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti) disputam o controlo do Sudão.

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