Líbano exige controlo da violência em campo de refugiados palestiniano
O primeiro-ministro interino do Líbano exigiu hoje ao Presidente palestiniano que controle a violência no maior campo de refugiados palestiniano no país, avisando que tropas libanesas intervirão para pôr fim aos distúrbios que fizeram dezenas de mortos e feridos.
© REUTERS/Mohamed Azakir
Mundo Líbano
O telefonema de Najib Mikati ao Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, ocorreu após vários dias de confrontos entre fações palestinianas no campo de refugiados de Ein el-Hilweh, situado próximo da cidade portuária meridional de Sidon.
Mikati descreveu os distúrbios como uma "flagrante violação da soberania libanesa" e considerou inaceitável que grupos palestinianos em confronto "aterrorizem os libaneses, especialmente as pessoas do sul, que há tantos anos acolhem os palestinianos", segundo um comunicado divulgado pelo seu gabinete.
A conversa telefónica entre os dois dirigentes teve lugar quando hoje a calma regressou ao campo de refugiados e área circundante após mais uma noite de violência.
O maior campo de refugiados palestiniano do Líbano, onde vivem cerca de 50.000 pessoas, tem sido desde domingo abalado por fortes combates entre o Fatah, partido de Abbas, e os grupos islamistas Jun al-Sham e Shabab al-Muslim.
O Fatah acusou os islamistas de abaterem a tiro um general do partido, Abu Ashraf al-Armoushi, no campo, no domingo.
Até agora, os confrontos saldaram-se em mais de 12 mortos, dezenas de feridos e milhares de deslocados.
Na cidade de Sidon, fora dos limites do campo, cerca de 100 residentes de Ein el-Hilweh que fugiram aos distúrbios estavam hoje abrigados numa mesquita nas proximidades. O xeque Ahmad Nader indicou que cerca de 2.000 pessoas se refugiaram na mesquita desde o início da violência.
No campo, as várias fações palestinianas formaram uma comissão de investigação para determinar os responsáveis pela morte do general Armoushi, que entregará à justiça libanesa para serem julgados.
O exército libanês geralmente não entra nos campos de refugiados palestinianos, que são controlados por uma rede de fações palestinianas, e não assumiu um papel ativo no conflito em Ein el-Hilweh.
Em 2007, o exército libanês combateu extremistas islâmicos noutro campo palestiniano, Nahr al-Bared, no norte do Líbano, arrasando a maior parte do campo no processo.
Segundo Elias Farhat, um general do exército libanês na reserva que é atualmente investigador em matéria de assuntos militares, é improvável que o exército intervenha nos distúrbios do campo de Ein el-Hilweh, porque -- ao contrário do que aconteceu em Nahr al-Bared -- os combatentes não atacaram diretamente os militares libaneses.
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