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Presidente da Colômbia diz continuar até 2026 apesar de acusação do filho

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, garantiu que vai continuar o seu mandato até 2026 e acusou a oposição de usar a acusação do filho por branqueamento de capitais e enriquecimento ilícito para o derrubar.

Presidente da Colômbia diz continuar até 2026 apesar de acusação do filho
Notícias ao Minuto

06:09 - 04/08/23 por Lusa

Mundo Gustavo Petro

"Claro que tentaram usar as cicatrizes da família, as feridas, algumas vão cicatrizar, outras talvez nunca, (...) para tentar abrir caminho para o colapso do primeiro governo popular na Colômbia", disse Petro na quinta-feira.

O chefe de Estado, que celebra na segunda-feira o primeiro ano no poder, defendeu que deve a sua eleição "ao povo e a mais ninguém". "É ao povo a quem devo responder", disse Petro, num evento público em Sincelejo, capital da região de Sucre, no norte da Colômbia.

"Tenham a certeza absoluta de que este governo termina por mandato popular, de mais ninguém, e é bom que fique claro na Colômbia: não há ninguém que possa acabar com este governo a não ser o próprio povo (...) Vamos até ao ano de 2026", enfatizou o Presidente.

O procurador responsável pelo caso de Nicolás Petro disse na quinta-feira que o filho mais velho do Presidente admitiu que parte do dinheiro recebido de um traficante de droga foi usado na campanha eleitoral presidencial do pai.

"Parte desse dinheiro entrou nos seus cofres [de Nicolás Petro] e outros para a campanha presidencial de 2022 em que foi eleito o nosso atual Presidente, Dr. Gustavo Petro Urrego", disse Mario Burgos, numa audiência pública.

Burgos disse que Nicolás Petro, detido no passado sábado, aceitou colaborar com a justiça e "prestou informações relevantes que o Ministério Público desconhecia" sobre o destino do dinheiro vindo do narcotraficante Samuel Santander Lopesierra.

O procurador acrescentou que o filho do Presidente prometeu entregar documentação, ficheiros áudios e outros tipos de provas como gesto de colaboração com a justiça da Colômbia.

No início de março, a ex-mulher de Nicolás Petro, Daysuris Vasquez, acusou o filho do Presidente de ter recebido uma grande quantia de Lopesierra para a campanha eleitoral presidencial do pai e de, posteriormente, ter ficado com o dinheiro.

Vasquez garantiu, em entrevista à revista Semana, que Lopesierra, conhecido como "homem Marlboro", entregou a Nicolás Petro -- deputado na Assembleia do Departamento do Atlântico -- "mais de 600 milhões de pesos [cerca de 138 mil euros] para a campanha do pai".

"Isto nunca chegou à campanha legalmente porque [Nicolás Petro] ficou com este dinheiro", acrescentou a ex-mulher, que também foi detida no sábado.

Daysuris Vasquez alegou que o ex-marido recebeu ainda 200 milhões de pesos (cerca de 46 mil euros) do polémico empresário Alfonso "Turco" Hilsaca, valor que também não foi entregue à campanha de Gustavo Petro.

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