A maior parte das ilhas do sudoeste da província de Okinawa permanece em alerta hoje para o risco de inundações, deslizamentos de terra e outros possíveis desastres provocados pelas fortes chuvas e ventos.
Às 17:00, no horário local (09:00 em Lisboa), o sexto tufão da temporada no Pacífico deslocava-se lentamente para o norte, a cerca de 160 quilómetros da autarquia de Amami, na província de Kagoshima, onde se espera que tenha um impacto mais forte entre quarta e quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Nas ilhas do sudoeste de Kyushu e Shikoku, o tufão poderá causar chuvas de mais de 700 milímetros em 48 horas, o que é o dobro ou o triplo da média para todo o mês, explicou hoje um funcionário da JMA em conferência de imprensa.
A aproximação do tufão a esta zona do arquipélago japonês ocorre após a alteração da sua trajetória, quando se estava a dirigir em direção a Taiwan e à costa sudeste chinesa.
Esta impressionante mudança na direção do tufão e a sua atual evolução a baixa velocidade deve-se ao efeito das altas temperaturas nas águas marinhas da zona, entre os 29 e os 30 graus Celsius, segundo a mesma fonte.
Hoje, perto de uma centena de voos domésticos foram cancelados em Okinawa devido ao tufão, depois de o tráfego aéreo local ter sido paralisado na primeira metade da semana passada pelo mesmo fenómeno meteorológico, que também deixou dois mortos e dezenas de feridos.
A nova investida dos Khanun no sudoeste do país acontecerá na mesma semana em que se comemora no Japão o Obon, festival em homenagem aos antepassados falecidos e durante o qual muitos japoneses viajam para os seus locais de origem para se reunirem com suas famílias.
Neste contexto, a empresa ferroviária JR West alertou para uma possível interrupção das ligações ferroviárias de alta velocidade entre as cidades de Osaka (oeste) e Fukuoka (sudoeste) entre os dias 09 e 10 de agosto.
Devido ao tufão, pela primeira vez em 60 anos, a cerimónia anual em memória das vítimas da bomba atómica lançada em 09 de agosto de 1945, marcada para quarta-feira em Nagasaki, não acontecer ao ar livre, mas num centro de convenções na cidade portuária.
O número de participantes foi, portanto, reduzido drasticamente e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não comparecerá ao evento.
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