Taiwan acusa cinco pessoas de espiar para a China
As autoridades judiciais de Taiwan acusaram cinco pessoas de espionagem a favor da China, incluindo um empresário que alegadamente forneceu a Pequim informações sobre exercícios militares, noticiou hoje a agência local CNA.
© Getty Images
Mundo Taiwan
O gabinete do procurador da cidade de Tainan (sul) disse que um dos casos envolve um homem de negócios que conspirou com o filho para que dois oficiais da Força Aérea os ajudassem a espiar para a China.
Pai e filho foram acusados de violar a Lei de Segurança Nacional de Taiwan, a Lei sobre a Proteção de Informações Classificadas e a Lei Anticorrupção.
Os dois oficiais foram acusados de violar o Código Penal das Forças Armadas, a Lei Anticorrupção e outras leis, segundo o gabinete do procurador, citado pela agência espanhola EFE.
A acusação alegou que o empresário foi "recrutado por agentes dos serviços secretos chineses" em 2015, altura em que esteve a gerir um negócio na cidade de Xiamen, na província chinesa de Fujian.
O Ministério Público acusou pai e filho de terem divulgado à China oito documentos confidenciais sobre os exercícios anuais "Han Kuang" e outros segredos militares, "quer levando-os para a China, quer enviando fotografias através de telemóveis".
Num processo separado, a procuradoria-geral também acusou um antigo soldado de "trabalhar com oficiais dos serviços secretos chineses" para levar outros soldados a espiar para Pequim.
Os exercícios militares "Han Kuang" realizaram-se no final julho, e, pela primeira vez, as forças taiwanesas usaram o aeroporto internacional de Taoyuan, que serve a capital Taipé, para simular um ataque de tropas chinesas.
Taiwan organiza frequentemente manobras militares num contexto de crescente pressão militar e política de Pequim.
No ano passado, as forças armadas chinesas fizeram exercícios em grande escala ao redor de Taiwan e intensificaram continuamente as patrulhas aéreas e navais nas proximidades da ilha, que tem 23 milhões de habitantes.
A República Popular da China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
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