De acordo com informação recolhida junto de moradores locais, citados pela agência Efe, os alegados terroristas "são os donos" da rota "por onde circulavam as vítimas".
"Eles saqueiam os nossos bens, queimam o resto e, quando decidem, matam e não deixam nada para trás. Sentimo-nos impotentes e indignados. Temos a impressão de que as autoridades nos esqueceram", disse Barké Bila, comerciante e residente na zona afetada.
O ataque ocorreu próximo da aldeia de Kanyire, perto da cidade de Nahao, na região Centro-Oeste do Burkina Faso, por volta das 17:00 locais, segundo outra testemunha, o jornalista local Raphael Zougmoré.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o líder local Sami Bérenger lamentou a "perda de vidas humanas" devido a "atentados terroristas na comuna de Bittou", sem precisar um número.
Bérenger convocou "toda a população e especialmente a juventude a mobilizarem-se para dar um enterro digno às vítimas" do que classificou como "ato bárbaro".
O Burkina Faso tem sofrido ataques frequentes desde abril de 2015, principalmente no norte do país, atribuídos a grupos ligados tanto à Al-Qaida quanto ao extremista Estado Islâmico.
O país sofreu dois golpes em 2022, um em 24 de janeiro, comandado pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, e outro em 30 de setembro, comandado pelo capitão Ibrahim Traoré, que atualmente lidera o país.
As duas tomadas do poder pelos militares surgiram na sequência do descontentamento entre a população e o exército face aos ataques extremistas, que obrigaram à deslocação de mais de dois milhões de pessoas, segundo dados governamentais.
O Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) alertou, em junho, que, pela primeira vez, o Burkina Faso encabeça a lista das crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo, enquanto a ajuda humanitária e a atenção foram redirecionadas para a Ucrânia após a invasão russa.
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