Presidente congolês defende união das nações com florestas tropicais

O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Denis Sassou Nguesso, disse hoje que as nações que possuem as maiores áreas de floresta do planeta devem "unir esforços" para superar as ameaças ao meio ambiente.

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Lusa
09/08/2023 18:38 ‧ 09/08/2023 por Lusa

Mundo

Cimeira da Amazónia

As florestas tropicais húmidas da nação africana são as segundas maiores do mundo, depois da Amazónia, e representam 10% de todas as do planeta.

"As mudanças climáticas constituem uma pandemia económica e a ação humana é a causa dessa pandemia", indicou o Presidente congolês na reunião que os oito países da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA) realizam com nações convidadas.

Durante o seu discurso, Sassou Nguesso afirmou que é preciso "sair dos discursos" para manter o aumento da temperatura abaixo dos 1,5 graus, uma emergência que "tem de ser resolvida".

Nesse sentido, o Presidente da RDCongo pediu apoio internacional para a preservação das florestas do seu país, uma vez que, tal como a Amazónia, desempenha "um papel fundamental" na regulação do clima.

"O meu país representa 10% das florestas do mundo e sequestra 24,5 gigatoneladas de gases poluentes. Precisamos aumentar essa absorção de carbono e precisamos de maior cooperação para isso", afirmou.

No segundo e último dia da Cimeira da Amazónia, na cidade brasileira de Belém, participam países convidados da África, Ásia, Europa e América.

Os oito membros da OTCA dividem mesa com representantes da República do Congo e da RDCongo, também detentoras de extensas áreas de floresta tropical, além da França, Noruega e São Vicente e Granadinas.

Na terça-feira, líderes e ministros de oito nações amazónicas assinaram uma declaração que estabelece planos para impulsionar o desenvolvimento económico nos seus países, ao mesmo tempo que evita que o desaparecimento da Amazónia "chegue a um ponto sem volta".

Alguns cientistas dizem que quando 20% a 25% da floresta for destruída, as chuvas cairão drasticamente, transformando mais da metade da floresta tropical em savana tropical, com imensa perda de biodiversidade.

As oito nações - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - são membros da recém-ressuscitada OTCA, e expressaram esperança de que uma frente unida lhes dê uma voz importante no meio ambiente global antes da conferência do clima (COP28) em novembro.

Vários grupos ambientalistas expressaram frustração com a declaração conjunta de terça-feira, dizendo que era em grande parte uma compilação de boas intenções com poucos objetivos e prazos concretos. No entanto, a maior organização indígena da região elogiou a inclusão de duas das suas principais reivindicações.

A cimeira reforça a estratégia do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de alavancar a preocupação global com a preservação da Amazónia. Encorajado por uma queda de 42% na desflorestação durante seus primeiros sete meses no cargo, buscou apoio financeiro internacional para a proteção da floresta.

A Amazónia se estende por uma área com o dobro do tamanho da Índia. Dois terços estão no Brasil, com outros sete países e o território da Guiana Francesa compartilhando o terço restante.

Todos os países amazónicos ratificaram o acordo climático de Paris, que exige que os signatários estabeleçam metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Mas a cooperação transfronteiriça tem sido historicamente escassa, prejudicada pela baixa confiança, diferenças ideológicas e falta de presença dos governos.

Leia Também: Lula diz que países amazónicos não podem "aceitar neocolonialismo verde"

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