Manuel Ranoque, pai de duas das quatro crianças que sobreviveram após passarem cerca de 40 dias desaparecidas na Amazónia colombiana na sequência de um acidente de avião, foi detido, na sexta-feira, por suspeitas de abuso sexual.
A detenção foi confirmada pela Procuradoria-Geral da República da Colômbia, que acrescentou que o homem foi capturado em Bogotá.
Não foram adiantadas mais informações, mas, segundo a imprensa internacional, o homem será suspeito de abuso sexual contra uma das suas enteadas.
Note-se que as quatro crianças, que têm entre 11 meses e 13 anos, estão sob custódia do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar, após denúncias de maus-tratos contra Manuel Ranoque. O homem disputa a custódia com os avós maternos das crianças, que dizem que este agrediu a mãe das crianças, que morreu no acidente.
As crianças, Lesly, de 13 anos, Soleiny, de 9, Tien Noriel, de 5, e Cristin, de 1, foram encontradas após cerca de 40 dias na selva. Os menores viajavam com a mãe e outro acompanhante, quando a aeronave desapareceu dos radares, nas imediações de San José del Guaviare, no sul do país, para onde se dirigia, no dia 1 de maio.
O pequeno avião foi encontrado a 8 de maio na vertical, com a zona frontal contra o chão, entre uma vegetação densa.
Os meios de salvamento recuperaram três corpos: o do piloto, o da mãe das crianças e o de um dirigente da comunidade indígena Uitoto.
A esperança de que as crianças pudessem ser encontradas com vida foi alimentada pela descoberta, na selva, de objetos pessoais, assim como de fruta parcialmente comida e de um biberão, além de um "abrigo improvisado feito de paus e ramos".
Mais de 100 militares com cães pisteiros estiveram envolvidos nas buscas, com a ajuda de membros da comunidade indígena.
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