O CNE declarou ainda não há a confirmação final para que o jornalista Christian Zurita possa concorrer no lugar de Villavicencio.
"Os partidos puderam apresentar impugnações à candidatura de Zurita até a terça-feira. Hoje, a CNE prevê realizar um plenário para resolver o caso, declarou a presidente do organismo", Diana Atamaint, à televisão CNN.
O atentado contra o jornalista e ex-deputado Fernando Villavicencio ocorreu num comício realizado, na quarta-feira passada, numa zona central e movimentada de Quito, onde um atirador desconhecido disparou contra o candidato presidencial do Equador.
Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no atentado que matou Villavicencio, no qual morreu também o suspeito do ataque após um tiroteio com os seguranças, segundo as autoridades equatorianas que deram também conta da detenção de seis pessoas.
O Presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou na quinta-feira estado de emergência e três dias de luto nacional no país.
Inicialmente, o Movimento Construye lançou como candidata Andrea González -- que era a Vice-Presidente de Villavicencio nestes eleições -, mas o temor de um possível cancelamento do boletim de voto levou o partido a escolher outra pessoa para concorrer ao cargo de chefe de Estado.
Diana Atamaint defendeu que "deve ser seguido o devido processo" e lembrou o caso de um líder assassinado horas antes das últimas eleições autárquicas. Os votos da candidatura foram para o político que o partido nomeou como suplente na manhã da votação, embora o seu rosto não estivesse presente no boletim.
Num comunicado, o CNE também respondeu a críticas do Movimento Construye, referindo que após o "infeliz acontecimento" do assassínio de Villavivencio, colaborou com o partido para que tudo fosse resolvido "sem contratempos".
No entanto, o partido e o próprio Zurita estão a criticar o organismo eleitoral.
"A CNE impediu a participação no debate presidencial e, agora, proíbe a promoção da nossa publicidade em qualquer meio de comunicação", além de não ter "oferecido apoio e nem tratado o assunto com a excecionalidade necessária", lamentou Zurita na rede social X (ex-Twitter).
A chefe da Missão de Observação Eleitoral (MOE) da Organização dos Estados Americanos (OEA) para as eleições no Equador, a ex-vice-presidente e ex-ministra dos Negócios Estrangeiros do Panamá Isabel de Saint Malo, chegou na terça-feira ao país para iniciar o seu trabalho durante as eleições presidenciais equatorianas, segundo um comunicado do bloco americano publicado no seu portal oficial.
Durante a missão, Isabel de Saint Malo vai reunir-se com representantes de governos, autoridades eleitorais, líderes e candidatos políticos, académicos e representantes da sociedade civil e membros da comunidade internacional para conhecer o desenvolvimento do processo eleitoral no país.
No dia da eleição, os integrantes da missão - composta por 81 especialistas e observadores de mais de 20 países - estará presente em 20 províncias do Equador para observar desde a abertura dos centros de votação até a divulgação dos resultados.
Esta é a 25ª missão que a OEA realiza no Equador e é possível graças a contribuições financeiras do Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Panamá e Peru.
Após as eleições, a missão da OEA apresentará um relatório preliminar com as suas observações e recomendações.
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