Após Trump ter sido indiciado na Geórgia, na segunda-feira, por conspiração para reverter ilegalmente a derrota nas eleições de 2020 naquele Estado norte-americano, os editores da revista conservadora National Review admitiram que esta acusação "é séria", mas "também exagerada".
Apontando as críticas diretamente a Fani Willis, a procuradora responsável pelo caso, os editores da National Review acusam-na de usar a investigação "como uma ferramenta política de arrecadação de fundos" a favor da campanha eleitoral Democrata.
Apesar de reiterarem que "os crimes de Trump eram passíveis de 'impeachment' e que os eleitores Republicanos deveriam evitar a loucura de voltar a nomeá-lo como resultado das suas ações", a revista conservadora acusa a procuradora de "exagerar" nas acusações contra o magnata e de cometer "falhas reais".
Também o canal pró-Republicano Fox News fez críticas à acusação da Geórgia, com a apresentadora Laura Ingraham a afirmar tratar-se de uma "farsa legal" e alegando que o objetivo da acusação de Trump "não é obter justiça".
De acordo com a apresentadora, o Governo de Joe Biden está a tentar "tirar Trump da corrida" presidencial de 2024 através destas acusações.
"Eu sei que é difícil acreditar que ainda estamos a morar nos Estados Unidos. A América em que cresci era um lugar onde não prendíamos os nossos opositores políticos. (...) Agora, depois de ler esta última acusação de Trump, perguntei-me: como podemos realmente dizer que somos melhores do que o que estamos a ver na antiga ex-União Soviética?", questionou Ingraham no seu programa.
"Todos nós sabemos, e todos eles sabem, que o objetivo aqui não é a justiça. O objetivo aqui é tirar Donald Trump da disputa política na tentativa de entregar a eleição de 2024 para Biden, para um homem que está a deteriorar-se em tempo real diante dos nossos olhos", avaliou.
De acordo com analistas, a recente cascata de acusações contra o ex-presidente está a levar a Fox News a, novamente, enveredar na "direção da propaganda uniforme de Trump", como defendeu o jornalista Zeeshan Aleem, num artigo de opinião da MSNBC.
Entre a imprensa conservadora que defendeu o candidato Republicano às próximas presidenciais está o 'site' The Blaze, onde Glenn Beck, CEO e ex-apresentador da Fox News, a rejeitar o argumento de que os esforços para prender Trump sejam uma tentativa da esquerda de impedi-lo de concorrer, mas sim de "desviar atenções de todos os problemas" que envolvem a família de Joe Biden.
Donald Trump foi indiciado na Geórgia, na segunda-feira, por conspiração para reverter ilegalmente a derrota nas eleições de 2020 naquele estado norte-americano.
Este é o quarto processo criminal contra o antigo Presidente e o segundo em que é acusado de tentar subverter os resultados da votação.
A acusação de Trump pelo grande júri do condado de Fulton resulta de uma investigação de dois anos iniciada após um telefonema, de janeiro de 2021, em que o então Presidente sugeriu que o secretário de Estado republicano da Geórgia poderia ajudá-lo a "encontrar 11.780 votos" necessários para reverter a derrota para o Democrata Joe Biden.
Outros 18 arguidos indiciados no mesmo processo incluem o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, e um funcionário do Departamento de Justiça da administração Trump, Jeffrey Clark.
Trump foi anteriormente acusado, no início de agosto, por um grande júri federal, de conspirar para minar a votação de 2020 e impedir a transferência pacífica de poder através de uma série de mentiras e ações ilegais tomadas após as eleições gerais e que levaram ao violento motim dos seus apoiantes no Capitólio dos EUA, a 06 de janeiro de 2021.
Trump - o principal candidato Republicano à presidência em 2024 - continua a fazer campanha e a usar as sucessivas acusações para angariar fundos, apresentando-se como vítima de procuradores democratas.
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