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China e Bielorrússia querem "ajustar desequilíbrios" geopolíticos

China e Bielorrússia partilham uma "visão idêntica" para a ordem mundial e a necessidade de "ajustar desequilíbrios" geopolíticos, frisaram ambos os países na sequência da visita a Minsk do ministro da Defesa chinês, Li Shanfu.

China e Bielorrússia querem "ajustar desequilíbrios" geopolíticos
Notícias ao Minuto

11:16 - 18/08/23 por Lusa

Mundo Li Shanfu

A deslocação ocorre após Li ter participado, em Moscovo, na 11ª Conferência Internacional de Segurança. Em Minsk, prometeu que Pequim vai aumentar a cooperação militar com a Bielorrússia, país aliado da Rússia onde Moscovo está a implantar armas nucleares tácticas.

Pequim e Minsk comprometeram-se a realizar exercícios militares conjuntos no próximo ano.

"O objectivo desta visita é precisamente a implementação de acordos importantes alcançados entre os chefes de Estado [da China e Bielorrússia] e o reforço da cooperação militar bilateral", apontou Li, após reunir com o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, que visitou Pequim, em fevereiro passado.

Lukashenko disse a Li Shanfu que China e Bielorrússia "partilham a mesma visão da ordem mundial" e que a cooperação militar "não visa nenhum terceiro país".

"Defendemos absolutamente um mundo multipolar, a integridade territorial e a unidade das fronteiras e territórios formados após a Segunda Guerra Mundial", disse o líder bielorrusso, citado pela agência noticiosa oficial BelTA.

"Em suma, toda a base na qual a política externa da China está assente é idêntica à nossa. Há mais de 30 anos que apoiamos a China em todas as suas aspirações, porque consideramos a política interna e externa da República Popular da China absolutamente justa e voltada para a resolução pacífica de quaisquer disputas e conflitos", acrescentou o líder bielorrusso.

A invasão da Ucrânia pela Rússia coincide com o rápido deteriorar da relação entre China e Estados Unidos, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do Mar do Sul da China.

Pequim reforçou os laços diplomáticos e económicos com Moscovo e outros países antagónicos à ordem liberal democrática, incluindo Bielorrússia e Irão.

"A Europa atualmente como um todo está estrategicamente desequilibrada", observou Li Haidong, professor na Universidade de Relações Externas da China, citado pela imprensa oficial chinesa.

"O Ocidente, liderado pelos EUA, está a tentar alcançar um padrão estratégico desequilibrado, que só visa o seu próprio benefício. Num cenário destes, é bastante urgente e necessário que os países não ocidentais fortaleçam os seus laços e cooperação, de forma a garantir estabilidade e equilíbrio estratégico global, para que diferentes civilizações e sistemas políticos e sociais em todo o mundo possam prosseguir o seu objetivo comum de desenvolvimento", acrescentou.

A deslocação de Li Shanfu a Moscovo e Minsk coincide com a realização de uma cimeira entre os líderes dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul em Camp David, a residência de férias da Presidência norte-americana.

Pequim considera que a reunião visa a formação de uma "NATO em miniatura" na região da Ásia -- Pacífico, através da formação de um mecanismo de cooperação militar institucionalizado entre os três países que tem a China como alvo.

Li Haidong observou que os "movimentos agressivos" dos EUA e aliados vão tornar-se uma "força motriz" para Pequim e Moscovo "consolidarem e aprofundarem ainda mais" a cooperação estratégica na região e a nível global.

Citado pela agência Associated Press, o analista bielorrusso Valery Karbalevich observou que a visita do ministro da Defesa chinês é "um sinal importante não apenas para a União Europeia e EUA, mas também para a Ucrânia".

"Com esta visita, a China sinaliza o alcance dos seus interesses militares e mostra que está interessada em estreitar os laços com Minsk e Moscovo, incluindo através da cooperação militar, apesar da insatisfação dos países ocidentais", afirmou. "Isto é também um sinal para a Ucrânia de que o prolongamento da guerra pode forçar a China a escolher um lado", apontou.

Leia Também: China promete reforçar cooperação militar com Bielorrússia

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