A Rússia anunciou hoje a imposição de sanções ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, que emitiu em meados de março um mandado de captura do presidente russo, Vladimir Putin.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo anunciou igualmente sanções a ministros e a jornalistas britânicos.
O MNE russo justificou estas novas sanções indicando que se devem ao "apoio militar inabalável de Londres" a Kyiv e à "aplicação agressiva (...) de uma política antirrussa hostil", após quase um ano e meio de guerra na Ucrânia.
No total, 54 pessoas foram adicionadas à lista russa de sanções a cidadãos britânicos, indicou a diplomacia russa.
Já o procurador do TPI, o também britânico Karim Khan, está na mira de Moscovo desde que emitiu, em março, um mandado de captura para Putin, acusando o chefe de Estado russo de crimes de guerra pela "deportação ilegal" de milhares de crianças ucranianas no contexto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia -- acusações que são rejeitadas por Moscovo.
Em meados de maio, o Ministério do Interior russo colocou Khan, então, na lista das pessoas procuradas na Rússia.
Entre os outros visados pelas novas sanções, estão a ministra da Cultura, da Comunicação Social e do Desporto britânica, Lucy Frazer, "que está a exercer ativamente pressão para o isolamento desportivo internacional da Rússia, e a vice-ministra da Defesa britânica, Annabel Goldie, que é responsável pelo fornecimento de armas à Ucrânia", pode ler-se no comunicado.
São também sancionados jornalistas britânicos da estação televisiva pública BBC e dos diários The Guardian e The Daily Telegraph, acusados por Moscovo de estarem "envolvidos" na "difusão de informações falsas" sobre a Rússia e no "apoio à informação e à propaganda das atividades" de Kyiv.
Desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, Londres é um dos principais apoiantes financeiros e militares de Kyiv, uma posição amplamente condenada por Moscovo, tendo-se as relações russo-britânicas tornado consequentemente muito tensas.
[Notícia atualizada às 18h32]
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