Guiné Equatorial. Ativistas de direitos sexuais denunciam detenção ilegal

A organização de defesa dos direitos sexuais na Guiné Equatorial Somos Parte del Mundo denunciou hoje a detenção da ativista Trifonia Melibea Obono, na sequência de um aumento das detenções depois da divulgação de um relatório.

Notícia

© Reuters

Lusa
20/08/2023 17:58 ‧ 20/08/2023 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

Na nota, assinada pela direção desta organização, anuncia-se a "detenção ilegal" de Trifonia Melibea Obono no sábado, no Ministério da Segurança, conhecido como Guantánamo "pelas violações dos direitos humanos que acontecem nas suas instalações".

Desde o princípio do ano, "a situação agravou-se após a apresentação do relatório Tortura, Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanas e Degradantes contra pessoas LGTBQI+ na Guiné Equatorial, na sede da União Europeia em Madrid", escrevem os ativistas numa nota enviada à Lusa, na qual acrescentam que o Governo considerou o relatório "demasiado atrevido" e que, "após a sua publicação, as detenções aumentaram drasticamente".

A publicação, dizem, "provocou uma reação violenta e determinadas personalidades com responsabilidades públicas utilizam desde então os poderes públicos para tornar invisíveis os ativistas LGBTIQA+ e provocam situações para legitimar o seu desaparecimento".

O comunicado, concluem, serve para "denunciar e dar notoriedade à detenção arbitrária da ativista, docente, investigadora e escritora Trifonia Melibea Obono na Guiné Equatorial, propondo que as entidades interessadas na proteção dos direitos humanos empatizem com a situação e que os poderes públicos no país a libertem".

Teodoro Obiang Nguema, de 80 anos, governa ditatorialmente a Guiné Equatorial desde 1979, quando derrubou, num golpe, o seu tio Francisco Macias.

Atualmente o chefe de Estado há mais tempo no cargo, à exceção das monarquias, foi reeleito nas eleições de 20 de novembro para um sexto mandato de sete anos, com 94,9% dos votos, segundo os resultados oficiais, que a oposição questionou, denunciando irregularidades na votação.

Desde que se tornou independente de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial é considerada por organizações de direitos humanos um dos países mais corruptos e repressivos do mundo, devido a denúncias de prisões, torturas de dissidentes e repetidas fraudes eleitorais.

Leia Também: Dois jovens detidos após ataque a ativistas LGBTI em Espanha

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas