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EUA sancionam autoridades chinesas por "assimilação forçada" de crianças

Os Estados Unidos impuseram hoje sanções a autoridades chinesas que estão a aplicar uma política de "assimilação forçada" de crianças tibetanas, mais de um milhão das quais foram separadas das famílias, segundo especialistas da ONU.

EUA sancionam autoridades chinesas por "assimilação forçada" de crianças
Notícias ao Minuto

18:35 - 22/08/23 por Lusa

Mundo Tibete

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou que o seu país não concederá vistos aos dirigentes chineses responsáveis pelo sistema de internatos para onde são enviadas à força crianças do Tibete separadas das respetivas famílias.

Esta decisão inscreve-se no âmbito de uma série de medidas dirigidas à China adotadas pelos Estados Unidos, apesar da recente retomada do diálogo entre altos representantes das duas potências.

As políticas levadas a cabo por Pequim "visam eliminar as próprias tradições linguísticas, culturais e religiosas do Tibete entre as mais jovens gerações de tibetanos", sublinhou Blinken num comunicado.

"Exortamos as autoridades chinesas a pararem de enviar à força crianças tibetanas para internatos geridos pelo Estado e a porem fim às políticas de assimilação forçada no Tibete e noutros pontos da China", acrescentou.

Desde 2021, os Estados Unidos acusam a China de genocídio dos uigures na província de Xinjiang, no noroeste do país.

As autoridades norte-americanas, bem como testemunhas e organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que muitos membros dessa minoria são submetidos a trabalho forçado e internados em campos.

A proibição de vistos hoje imposta aplicar-se-á aos antigos e atuais responsáveis envolvidos na política chinesa no Tibete, indicou um porta-voz do Departamento de Estado, sem fornecer mais pormenores.

No seu comunicado, o chefe da diplomacia norte-americana destacou o trabalho de relatores especiais da ONU que concluíram em fevereiro que cerca de um milhão de crianças tibetanas tinham sido separadas das famílias e submetidas a um processo de "reeducação" em internatos estatais.

Esse programa parece ter sido concebido para integrar à força os jovens tibetanos na maioritária cultura Han, de acordo com esses especialistas.

Nos internatos, são obrigados a aprender em chinês mandarim e não estudam a língua, a história e a cultura tibetanas.

Em abril, outros peritos da ONU acusaram a China de obrigar centenas de milhares de tibetanos a participar em programas de "formação profissional" que ameaçam a identidade tibetana e podem levar a trabalhos forçados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou que esse relatório não tinha "qualquer fundamento".

O Tibete é administrado com punho de ferro pela China desde os anos 1950. Muitos tibetanos no exílio a acusam de medidas repressivas e tortura, garantindo que está a tentar apagar a sua cultura.

Leia Também: Tibete. Peritos da ONU pedem à China que esclareça paradeiro de ativistas

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