Xi pede reforço da cooperação de segurança num mundo "em turbulência"
O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, considerou hoje que o desenvolvimento não é privilégio de alguns, instando os seus parceiros dos BRICS a aprofundarem a cooperação política, financeira e de segurança num mundo "em turbulência".
© LEAH MILLIS/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Xi Jinping
"Devemos expandir a cooperação política e de segurança para defender a paz e a tranquilidade", afirmou o chefe de Estado chinês durante a sessão plenária da 15.ª Cimeira de chefe de Estados e de Governo dos BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, em Joanesburgo.
Segundo o líder da segunda maior economia mundial, a cimeira dos BRICS na África do Sul realiza-se "num momento em que o mundo está a passar por grandes mudanças, divisões e reagrupamentos, e em que entrou num novo período de turbulência e transformação".
"A mentalidade da Guerra Fria ainda assombra o nosso mundo e a situação geopolítica está a tornar-se tensa. Os países BRICS devem defender a direção do desenvolvimento pacífico e consolidar a parceria estratégica dos BRICS", afirmou o Presidente chinês.
Xi Jinping considerou que o grupo dos países emergentes "devem ter sempre em conta o propósito da nossa fundação, de reforçar a unidade, de agir com forte sentido de responsabilidade, reforçando a cooperação a todos os níveis, e promover um desenvolvimento de alta qualidade, para que haja maior estabilidade, certeza e energia positiva no mundo".
"O desenvolvimento não é um privilégio de apenas alguns países", frisou.
Na sua intervenção, o Presidente chinês também defendeu regras internacionais conjuntas "baseadas na Carta da ONU" em vez de "aquelas ditadas por quem tem músculos mais fortes e maior voz", numa aparente alusão aos Estados Unidos, o seu grande rival geopolítico.
"Devemos respeitar todos os caminhos de modernização que cada país escolhe por si só, e opor-nos à rivalidade ideológica, ao confronto sistémico e aos confrontos entre civilizações", salientou.
Xi considerou que os BRICS "deveriam praticar o verdadeiro multilateralismo, aderir à solidariedade e evitar a divisão num sistema internacional centrado na ONU, rejeitando a tentação de criar pequenos blocos", proporcionando "mais certeza e estabilidade" a nível internacional.
O líder chinês também observou a necessidade de defender a "equidade e a justiça, e melhorar a governação global".
"O reforço da governação global é a escolha certa se a comunidade internacional pretende partilhar oportunidades de desenvolvimento e enfrentar os desafios urbanos", considerou o líder chinês.
O Presidente chinês instou o bloco a acelerar o processo de expansão do grupo, pedindo aos seus parceiros que aproveitem bem o formato de cooperação "BRICS Plus".
"Estou feliz em ver o crescente entusiasmo que existe entre os países em desenvolvimento por fazerem parte dos BRICS", disse Xi durante a sua participação no segundo dia da cimeira em que participaram observadores de cerca de vinte países, incluindo a Indonésia e Egito, que solicitaram formalmente a adesão.
A expansão do grupo tem sido um ponto-chave na agenda desta 15.ª Cimeira dos BRICS, marcada pela guerra na Ucrânia e pela ausência do presidente russo Vladimir Putin, na qual também foi abordada a proposta de promover a "desdolarização" das economias emergentes.
O líder da China anunciou ainda que os países emergentes aprovaram a criação de um grupo de estudo da Inteligência Artificial (AI), bem como uma maior cooperação na forma de líder com esta tecnologia.
"A inteligência artificial é a nova fronteira do desenvolvimento", afirmou Xi.
O bloco representa mais de 42% da população mundial e 30% do território do planeta, além de 23% do produto interno bruto (PIB) e 18% do comércio global.
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