Segundo a imprensa russa, os corpos estão completamente carbonizados, pelo que provavelmente serão necessários testes de ADN para serem identificados.
"Foi aberta uma investigação sobre o desastre do avião Embraer ocorrido esta tarde na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e sobrenome de Yevgeny Prigozhin", informou a agência de aviação civil Rossaviatsia às agências locais.
O Ministério de Situações de Emergência confirmou que o aparelho Embraer Legacy caiu perto da localidade de Kuzhenkino, quando fazia a ligação ente Moscovo e São Petersburgo, e que três das dez pessoas que viajavam a bordo do aparelho eram tripulantes.
"De acordo com dados preliminares, todos os que estavam a bordo morreram", informou o Ministério de Situações de Emergência.
Diferentes versões do ocorrido são discutidas nas redes sociais russas. Canais próximos do grupo Wagner afirmam que o avião poderá ter sido abatido pela defesa antiaérea russa, outros por um atentado ou ainda por um 'drone' inimigo.
O governador de Tver, Igor Rudenia, assumiu o controlo pessoal da investigação sobre o sucedido com o avião civil.
Vídeos cuja autenticidade a Agência France Presse não conseguiu confirmar foram transmitidos em vários canais do Telegram, alegando estar ligados ao Grupo Wagner e mostrando destroços em chamas num campo ou uma aeronave despenhando-se.
As agências de notícias russas também divulgaram imagens da queda da aeronave e do local dos destroços, mas não confirmaram que Prigozhin, protagonista de uma tentativa de golpe militar em junho, está entre as vítimas.
Dados de monitorização de voo consultados pela Associated Press confirmam que um jato particular registado em nome do Grupo Wagner, e que Prigozhin tinha usado anteriormente, descolou de Moscovo esta noite e que o seu sinal desapareceu minutos depois.
O avião terá caído na região de Tver, mais de 100 quilómetros ao norte da capital russa, onde não há aeródromos próximos.
O líder dos mercenários Wagner, de 62 anos, lutou ao lado do exército regular russo na Ucrânia e protagonizou há dois meses uma rebelião militar fracassada contra o as chefias militares, na qual chegou a tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.
Após a mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar os seus mercenários e transferir a sua base para o território daquela antiga república soviética.
Depois de acusá-lo de traição, o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu-o no Kremlin, após o que Prigozhin anunciou o reinício das operações do Grupo Wagner em África.
Putin participou hoje na região fronteiriça de Kursk numa cerimónia oficial por ocasião do 80.º aniversário da Batalha de Kursk, uma das mais importantes da Segunda Guerra Mundial entre os exércitos soviético e nazi.
Numa primeira reação, Kiev sugeriu que o líder do Grupo Wagner foi assassinado e que "a eliminação espetacular de Prigozhin e do comandante do Grupo Wagner dois meses após a tentativa de golpe é um sinal de Putin às elites russas antes das eleições de 2024", afirmou no X (ex-Twitter) Mikhail Podoliak, conselheiro da presidência ucraniana, acrescentando que o líder russo "não perdoa ninguém".
Prigozhin apareceu na segunda-feira pela primeira vez desde o motim num vídeo, no qual indicava que tinha regressado a África para tornar a Rússia "ainda maior em todos os continentes".
"O Grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre", afirmou o líder do grupo mercenário na gravação, transmitida por canais Telegram próximos da milícia russa.
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