Russos pró-Kyiv instam Grupo Wagner a vingar morte de Prigozhin
"Para se vingarem, têm de passar para o lado da Ucrânia", disse o líder do Corpo de Voluntários Russos.
© VLADIMIR NIKOLAYEV/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O comandante da organização Corpo de Voluntários Russos (RVC, na sigla em inglês), Denis Kapustin, instou, na quinta-feira, os mercenários do Grupo Wagner a vingar a morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin, e afirmou que "para se vingarem, têm de passar para o lado da Ucrânia".
"Estão agora perante uma escolha séria: podem ficar numa barraca do Ministério da Defesa da Rússia e servir de cães de guarda para os executores dos vossos comandantes ou vingarem-se", disse o responsável num vídeo, citado pela agência de notícias Reuters.
"Para se vingarem, têm de passar para o lado da Ucrânia", acrescentou.
O grupo armado Corpo de Voluntários Russos é apontado como integrante da Legião Internacional da Ucrânia, foi criado em agosto de 2022, e é alegadamente composto por exilados russos de extrema direita que combatem ao lado dos ucranianos desde a primeira invasão da Rússia, em 2014, no leste do país.
No discurso, Kapustin garantiu ainda que irão "acabar com o moedor de carne sangrento da operação militar especial", utilizando o nome dado pelo presidente russo, Vladimir Putin, à invasão da Ucrânia.
"Depois disso, marcharemos para Moscovo e, desta vez, não pararemos 200 quilómetros antes da circular de Moscovo, mas iremos até ao fim", frisou, referindo-se à rebelião falhada do Grupo Wagner em junho.
Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, estaria na lista de passageiros de um avião do Grupo Wagner que caiu na quarta-feira, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, e levou à morte de todas as 10 pessoas a bordo, segundo as autoridades russas.
A alegada morte aconteceu dois meses após o líder do grupo de mercenários ter levado a cabo uma rebelião falhada contra o Kremlin, especificamente o Ministério da Defesa. Após a investida, que durou cerca de 24 horas e terminou com um acordo, Prigozhin passou a residir na Bielorrússia.
As autoridades russas até agora não avançaram quaisquer causas que expliquem a queda do jato privado Embraer Legacy que, segundo as autoridades de aviação civil russas, além de Prigozhin, transportava outros responsáveis do grupo Wagner, incluindo o fundador Dmitri Utkin.
Na quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, enviou condolências às pessoas próximas do líder do Grupo Wagner e dos outros ocupantes do avião, e prometeu um inquérito "até ao fim".
Na sua primeira reação após a queda do jato privado, Putin referiu-se a Prigozhin como um homem "talentoso" e "com um destino complicado, que cometeu erros graves na vida, mas que obteve os resultados que precisava".
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