Rússia não vai investigar acidente de Prigozhin sob regras internacionais
O presidente russo, Vladimir Putin, tem sido acusado de ser responsável pelo acidente que vitimou o líder do Grupo Wagner e outras nove pessoas.
© Reuters
Mundo Rússia
A Rússia informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Brasil (CENIPA) que não irá investigar o acidente de avião que vitimou o líder do Grupo Wagner, ao abrigo das regras internacionais "neste momento". A informação foi avançada pelo CENIPTA à agência de notícias Reuters.
Sublinhe-se que, de acordo com as regras internacionais, o Brasil poderia participar na investigação do acidente, uma vez que o jato Embraer Legacy 600, onde seguia Yevgeny Prigozhin e outras nove pessoas, era de fabrico brasileiro.
De acordo com a Reuters, o CENIPA já tinha revelado que só se juntaria à investigação se fosse convidado pela Rússia, uma vez que a queda aconteceu num voo doméstico e então, de acordo com a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) das Nações Unidas, não está sujeito às regras internacionais.
"Não são obrigados, apenas recomendados a fazer isso", disse à Reuters o Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno, chefe do CENIPA. "Mas se disserem que vão abrir a investigação e convidarem o Brasil, nós vamos participar de longe."
Já o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, descartou a possibilidade de participação de instituições internacionais na investigação.
"As investigações estão a ser realizadas pelo Comité de Investigação Russo. O Presidente (russo Vladimir) Putin já se referiu a isso. Portanto, neste caso não há possibilidade de uma investigação internacional", disse.
Para o porta-voz do Kremlin, "existem várias versões, entre as quais um ato malicioso premeditado", razão pela qual a investigação não será realizada da mesma forma como se se tratasse de um simples acidente de avião.
"Vamos aguardar os resultados da investigação", acrescentou Peskov.
John Cox, consultor de segurança área dos Estados Unidos, considerou que a posição da Rússia "prejudica a transparência da investigação russa", numa altura em que o presidente Vladimir Putin tem sido acusado de ser responsável pelo acidente.
Yevgeny Prigozhin, de 62 anos, estava na lista de passageiros de um avião do Grupo Wagner que caiu na semana passada, durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo, e levou à morte de todas as 10 pessoas a bordo.
As autoridades russas até agora não avançaram quaisquer causas que expliquem a queda do jato privado Embraer Legacy que, segundo as autoridades de aviação civil russas, além de Prigozhin, transportava outros responsáveis do Grupo Wagner, incluindo o fundador Dmitri Utkin.
Após dias de especulação, o Comité de Investigação Russo revelou, no domingo, que a morte de Prigozhin foi confirmada por exames genéticos.
[Notícia atualizada às 13h21]
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