ONG alertam para mais de 1.800 migrantes desaparecidos no México

Mais de 1.800 migrantes estão desaparecidos no México, num total de 110 mil pessoas registadas como 'não localizadas' no país da América do Norte, denunciaram hoje organizações não-governamentais (ONG).

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Lusa
30/08/2023 23:55 ‧ 30/08/2023 por Lusa

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México

No Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, as organizações Fundación para la Justicia, o Bloco Latino-Americano de Migrações e o Comité de Familiares de Migrantes Desaparecidos de El Progreso (Cofamipro) sublinharam que o México "é o país que faz desaparecer migrantes".

"No total, 1.801 estrangeiros de 55 nacionalidades diferentes desapareceram no México, segundo a base de dados da Comissão Nacional de Busca, com registo até 24 de agosto, números que estão longe de refletir a realidade", alertaram estas organizações em comunicado.

No ano passado, o México ultrapassou o número histórico de mais de 100.000 pessoas desaparecidas desde o início dos registos, refletindo uma crise persistente relacionada com a violência do crime organizado.

Os ativistas denunciaram que a violência também se estende aos migrantes que passam pelo México, que registou um aumento anual de mais de 43% no número de "pessoas em situação irregular" em 2022, quando detetou 444.439 pessoas.

As organizações apontaram que um em cada quatro migrantes que desaparecem no México são menores, com base em dados da Comissão Nacional de Busca (CNB).

Por país de origem, os desaparecimentos são liderados por migrantes das Honduras, com 347 casos, seguidos pela Guatemala (307), Colômbia (169), El Salvador (147) e Nicarágua (76).

Já o Estado onde mais migrantes desaparecem é Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos, com 330 casos.

Este é seguido pela Cidade do México (219), Chiapas (117), Baja California (99) e Sonora (96).

Apesar dos dados, as associações alertaram para falhas nos registos da CNB, realçando que outras organizações reportam 2.059 migrantes desaparecidos.

Estas ONG acusaram também a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) de classificar erradamente os casos como sequestros, depois desta organização ter denunciado 70 mil migrantes vítimas de sequestro e tráfico, entre 2011 e 2020.

"A tragédia do constante desaparecimento de migrantes no México é mais grave do que dizem os números oficiais, pois sabemos que muitos dos que estão registados com nacionalidade desconhecida no Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas e Não Localizadas são migrantes, e muitos mais nunca são denunciados", destacaram.

Por esta razão, apelaram à criação de uma Comissão Especial para a Investigação de Massacres e Desaparecimentos de Migrantes, conforme recomendado pelo Comité das Nações Unidas contra os Desaparecimentos Forçados, após a visita ao México em novembro de 2021.

Leia Também: Dois mortos e cinco feridos em tiroteio no México entre cartéis e polícia

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