AI denuncia inação após relatório da ONU sobre opressão em Xinjiang
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje a inação internacional desde a publicação, há um ano, de um relatório da ONU sobre as violações dos direitos humanos na província chinesa de Xinjiang.
© JUSTIN TALLIS/AFP via Getty Images
Mundo Xinjiang
Este relatório há muito esperado, que a antiga alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, publicou poucos minutos antes do final do seu mandato, contra a vontade de Pequim, evoca possíveis crimes contra a humanidade cometidos contra os uigures e outras minorias.
No primeiro aniversário da publicação do relatório, a AI referiu, em comunicado, que a resposta da comunidade internacional tem sido "lamentavelmente inadequada".
"Em vez de agir urgentemente para abordar as conclusões do relatório sobre graves violações do direito internacional na China, a comunidade internacional -- incluindo grandes partes da ONU -- não tomou as medidas necessárias para promover a justiça, a verdade e a reparação para as vítimas", frisou a vice-diretora regional da AI para a China, Sarah Brooks, citada pela agência France-Presse (AFP).
Em outubro de 2022, Pequim, que rejeita as críticas sobre Xinjiang, obteve sucesso na ONU quando uma estreita maioria dos 47 Estados-membros do Conselho dos Direitos Humanos rejeitou a proposta de vários países ocidentais para organizar um debate sobre Xinjiang.
O sucessor de Bachelet, o austríaco Volker Türk, comprometeu-se em dezembro a dar seguimento ao relatório, garantindo que interviria pessoalmente junto das autoridades chinesas.
Mas a AI lamenta que o alto-comissário não diga mais nada sobre as suas conversas com Pequim.
"Precisamos que os líderes nacionais e internacionais, incluindo os responsáveis pelos direitos humanos, como o alto-comissário, utilizem todas as alavancas à sua disposição, quer públicas quer privadas, para alcançar mudanças significativas nas políticas repressivas da China, incluindo um diálogo franco e baseado em evidências com as autoridades chinesas, sublinhou Brooks.
Esta responsável da AI apela à comunidade internacional "para que tome medidas" e considera "mais urgente do que nunca" que os estados lancem, através do Conselho de Direitos Humanos, uma investigação internacional sobre as violações em Xinjiang.
O relatório da ONU não incluiu uma revelação, mas trouxe todo o peso do organismo para apoiar as alegações de longa data de organizações não-governamentais (ONG) de direitos humanos e outras que acusam Pequim de um conjunto de abusos em Xinjiang, incluindo a detenção de mais de um milhões de uigures e outros muçulmanos e a esterilização forçada de mulheres, considerando que os abusos podem equivaler a "crimes contra a humanidade".
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