Setembro é o mês de regresso à escola em todo o mundo, e não se aplica exceção à Ucrânia, que se encontra em guerra desde 2022, enfrentando assim o 2.º regresso às aulas em tempos de conflito.
Também na Rússia as crianças voltaram esta sexta-feira às salas de aula - mas as circunstâncias vividas nos dois países - no que foi invadido e no que invadiu - são diferentes.
Na Ucrânia, o regresso às aulas começou com ameaças de bomba nos estabelecimentos de ensino. As autoridades ucranianas receberam hoje ameaças de bomba em escolas de Kyiv, onde decorrem aulas presenciais, à distância ou em formato híbrido para quase quatro milhões de alunos.
"Recebemos informações sobre a presença de bombas em escolas de Kyiv (...) Todos os estabelecimentos de ensino são controlados pelas forças policiais" na capital ucraniana, disse a polícia nas redes sociais, citada pela agência francesa AFP.
Apesar de os combates ocorrerem no leste e no sul da Ucrânia, as principais cidades longe da linha da frente são também regularmente atingidas por mísseis russos ou ataques de 'drones' (aparelhos sem tripulação).
"A nação preservou a possibilidade de as crianças frequentarem as escolas ucranianas", congratulou-se hoje o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Iermak, numa mensagem nas redes sociais.
Segundo Iermak, 3.750 escolas foram destruídas "por mísseis e bombas russas" desde o início do conflito.
As autoridades ucranianas receberam hoje ameaças de bombas em escolas de Kyiv, no primeiro dia do novo ano letivo na Ucrânia, com aulas presenciais, à distância ou em formato híbrido para quase quatro milhões de alunos.
Lusa | 13:06 - 01/09/2023
A aula de Putin
Já na Rússia, o começo do ano escolar foi menos atribulado, com o presidente, Vladimir Putin, a dar início a este momento com uma palestra para 30 alunos. Durante a conferência, Putin falou sobre a guerra na Ucrânia, que entra hoje no 19.º mês.
"Compreendi porque é que ganhámos a Grande Guerra Patriótica: é impossível derrotar um povo com esse tipo de mentalidade", referiu o chefe de Estado russo, que estabelece regularmente paralelos entre a guerra contra a Alemanha nazi e a que desencadeou na Ucrânia.
O encontro de Putin com os adolescentes coincidiu com o arranque do novo ano letivo e com o início das 'Conversas importantes', cursos de educação patriótica introduzidos pouco depois do início da ofensiva contra a Ucrânia.
As aulas na qual o patriotismo está sempre em cima da secretária combinam conversas sobre a Segunda Guerra Mundial, valores russos e a narrativa de Moscovo sobre proteger os "compatriotas" na Ucrânia.
Os estudantes russos têm sido incentivados a escrever cartas aos soldados que combatem as tropas ucranianas, assim como a fazer redes e velas para as trincheiras.
Durante a palestra, Putin disse ainda que a Rússia procura "garantir a segurança" nas quatro regiões que reivindicam ter anexado - Donetsk, Luganks, Zaporíjia e Kherson.
A História a ser reescrita
O novo manual de História adotado hoje nas escolas russas ensina que a Ucrânia tem autoridades neonazis, que a Rússia é vítima de um bloqueio económico ocidental e que a invasão foi uma questão de sobrevivência.
Trata-se da inclusão no currículo escolar da guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022, que Moscovo designa como um "operação militar especial".
Um dos autores, o antigo ministro da Cultura e conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, disse que seria "uma aberração" não incluir no manual a campanha militar iniciada há pouco mais de 18 meses.
Para isso, foi reduzido o espaço dedicado a outras matérias, o que provocou críticas de especialistas, que consideram que o manual não recorre a fontes históricas e apenas repete a propaganda do Kremlin (Presidência).
Os alunos dos dois últimos anos do ensino secundário (16-18 anos), que iniciaram hoje as aulas, terão de aprender o capítulo intitulado "A Rússia de hoje. Operação militar especial", segundo a agência espanhola EFE.
O manual inclui um mapa da Rússia com as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, anexadas há um ano, embora o exército russo não as controle na totalidade.
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