"Os familiares dos presos de segurança [acusados de crimes relacionados com terrorismo] podem visitá-los na prisão uma vez de dois em dois meses, e não como era permitido até agora, uma vez por mês", referiu Ben Gvir numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
O ultranacionalista defendeu que o serviço prisional "se desviou das disposições da lei e da ordem".
"Assim que tomei conhecimento deste facto (...) ordenei ações de acordo com a lei", acrescentou o ministro, conhecido pela sua retórica racista anti-árabe.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, bem como o Exército e os serviços prisionais, estarão em desacordo com esta medida, que deverá entrar em vigor no próximo domingo, segundo os meios de comunicação locais, pois antecipam que poderá agravar a onda de violência que se vive na região, no âmbito do conflito israelo-palestiniano, noticiou a agência Efe.
Para Hussein al Sheikh, secretário-geral do comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), estas são "medidas racistas" que podem levar a "situações explosivas".
"Isto requer uma retratação imediata e a intervenção direta das organizações internacionais de direitos humanos e da Cruz Vermelha Internacional", frisou através da plataforma X.
Já o presidente da Comissão dos Assuntos dos Prisioneiros Palestinianos, Qadura Fares, condenou o que considera uma "abordagem racista e retaliatória" de Ben Gvir, motivada "pelo desejo de infligir sofrimento aos prisioneiros e às suas famílias".
Fares alertou ainda que a decisão levará a um "confronto com a ocupação israelita, no qual participarão todas as fações, forças e instituições palestinianas relacionadas com a causa dos prisioneiros".
Embora a política oficial do serviço prisional permita visitas a cada dois meses, nos últimos anos as visitas mensais têm sido a norma, graças à intervenção de organizações internacionais.
Recentemente, Ben Gvir cancelou a libertação de prisioneiros palestinianos doentes e idosos cujas penas por crimes menores estão prestes a expirar, apesar da sobrelotação das prisões.
O ministro ultranacionalista propõe também a pena de morte para alguns crimes.
Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.
Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza, e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.
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