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Israel. Ministro ultranacionalista limita visitas a presos palestinianos

O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, revelou hoje que vai reduzir os dias de visita a determinados presos palestinianos, para apenas um a cada dois meses, decisão que provocou indignação entre as autoridades da Palestina.

Israel. Ministro ultranacionalista limita visitas a presos palestinianos
Notícias ao Minuto

00:03 - 02/09/23 por Lusa

Mundo Israel

"Os familiares dos presos de segurança [acusados de crimes relacionados com terrorismo] podem visitá-los na prisão uma vez de dois em dois meses, e não como era permitido até agora, uma vez por mês", referiu Ben Gvir numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O ultranacionalista defendeu que o serviço prisional "se desviou das disposições da lei e da ordem".

"Assim que tomei conhecimento deste facto (...) ordenei ações de acordo com a lei", acrescentou o ministro, conhecido pela sua retórica racista anti-árabe.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, bem como o Exército e os serviços prisionais, estarão em desacordo com esta medida, que deverá entrar em vigor no próximo domingo, segundo os meios de comunicação locais, pois antecipam que poderá agravar a onda de violência que se vive na região, no âmbito do conflito israelo-palestiniano, noticiou a agência Efe.

Para Hussein al Sheikh, secretário-geral do comité executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), estas são "medidas racistas" que podem levar a "situações explosivas".

"Isto requer uma retratação imediata e a intervenção direta das organizações internacionais de direitos humanos e da Cruz Vermelha Internacional", frisou através da plataforma X.

Já o presidente da Comissão dos Assuntos dos Prisioneiros Palestinianos, Qadura Fares, condenou o que considera uma "abordagem racista e retaliatória" de Ben Gvir, motivada "pelo desejo de infligir sofrimento aos prisioneiros e às suas famílias".

Fares alertou ainda que a decisão levará a um "confronto com a ocupação israelita, no qual participarão todas as fações, forças e instituições palestinianas relacionadas com a causa dos prisioneiros".

Embora a política oficial do serviço prisional permita visitas a cada dois meses, nos últimos anos as visitas mensais têm sido a norma, graças à intervenção de organizações internacionais.

Recentemente, Ben Gvir cancelou a libertação de prisioneiros palestinianos doentes e idosos cujas penas por crimes menores estão prestes a expirar, apesar da sobrelotação das prisões.

O ministro ultranacionalista propõe também a pena de morte para alguns crimes.

Israel conquistou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, juntamente com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Posteriormente, anexou Jerusalém Oriental, uma decisão nunca reconhecida pela comunidade internacional.

Os palestinianos pretendem recuperar a Cisjordânia ocupada e Gaza, e reivindicam Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina.

Leia Também: Três feridos após atropelamento intencional na Cisjordânia ocupada

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