Maksim Kuzminov, o piloto russo que desertou para a Ucrânia, vai receber uma recompensa de 500 mil dólares (cerca de 18,48 milhões de hryvnias ucranianas), revelou o porta-voz dos serviços secretos militares ucranianos, Andrii Yusov.

A medida insere-se numa lei aprovada pelo parlamento ucraniano em abril de 2022, que oferece até um milhão de dólares aos militares russos que consigam transferir equipamento para a Ucrânia, indica o jornal ucraniano The Kyiv Independent. 

Numa conferência de imprensa, esta terça-feira, o piloto russo, que aterrou o seu helicóptero MI-8 num aeródromo na Ucrânia em agosto, contou que desertou porque "não queria contribuir" para os crimes cometidos pela Rússia. 

Kuzminov, de 28 anos, contou ainda que foi ele que teve a iniciativa de contactar as autoridades ucranianas, que lhe garantiram segurança para si e para a sua família, além de pagamentos e novos documentos ucranianos. Os pais apoiaram-no e juntaram-se a ele na Ucrânia. 

Na mesma conferência de imprensa, o porta-voz dos serviços secretos ucranianos afirmou que "quando a Ucrânia apela oficialmente aos russos para passarem para o outro lado, juntamente com o equipamento, não se trata de propaganda". 

"Não é uma mentira. É a verdade", garantiu.

As autoridades ucranianas divulgaram, no domingo, a identidade do piloto desertor e divulgaram também declarações onde o militar convida outros russos a seguirem o seu exemplo.

Segundo o documentário 'Pilotos Derrotados da Rússia' publicado pela Direção de Inteligência Militar da Ucrânia, no seu canal da plataforma YouTube,  o russo tomou a decisão final enquanto voava perto da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, a 09 de agosto, guiando o helicóptero através da fronteira a uma altitude extremamente baixa.

"Aparentemente, durante três ou quatro dias ninguém [na Rússia] entendeu o que aconteceu comigo", sublinhou.

De acordo com o vídeo, Kuzminov ficou ferido após a aterragem, mas recebeu assistência médica a tempo.

A inteligência militar ucraniana sublinhou que os pilotos russos que decidirem mudar de lado receberão "garantias de acordo com a lei", incluindo uma compensação financeira pelo equipamento militar entregue.

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