Segundo o Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro, Abdelrahim Hamdan Dagalo (Abdelrahim) foi sancionado "pela sua liderança das RSF, uma entidade cujos membros se envolveram em atos de violência e violações dos direitos humanos, incluindo o massacre de civis, assassinatos étnicos e uso de violência sexual".
"Desde o início do conflito entre as RSF e as Forças Armadas Sudanesas (SAF), em 15 de abril de 2023, as partes não conseguiram implementar um cessar-fogo, e as RSF e as milícias aliadas foram acusadas, de forma credível, de extensas violações dos direitos humanos no Darfur e noutros locais", afirmou.
Abdelrahim é um dirigente de alto nível das RSF e irmão do seu comandante, o tenente-general Mohamed Hamdan Dagalo.
Em virtude desta medida, todos os bens e interesses em bens de Abdelrahim que se encontrem nos Estados Unidos, ou na posse ou controlo de pessoas dos Estados Unidos, estão bloqueados e devem ser comunicados ao OFAC.
Serão, igualmente, bloqueadas as entidades que sejam detidas, direta ou indiretamente, individual ou globalmente, em 50% ou mais por uma ou mais pessoas bloqueadas.
Esta decisão, prossegue o departamento, "demonstra o empenho do Tesouro em responsabilizar os responsáveis por graves e extensas violações dos direitos humanos no Sudão", afirmou o subsecretário do Tesouro para o Terrorismo e a Informação Financeira, Brian E. Nelson.
"Os Estados Unidos exortam ambas as partes do conflito a cessar as hostilidades e a violência que perpetuam a terrível crise humanitária do Sudão", adiantou.
Entretanto, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, anunciou hoje, durante a sua visita ao Chade, cerca de 163 milhões de dólares em assistência humanitária adicional para o povo do Sudão e países vizinhos, anunciou o Departamento de Estado norte-americano.
Esta ajuda eleva o total da assistência humanitária norte-americana para a resposta de emergência ao Sudão para quase 710 milhões de dólares em 2023, incluindo para o Sudão, Chade, Egito, Etiópia, Sudão do Sul e República Centro-Africana para responder às necessidades dos refugiados, pessoas deslocadas internamente e pessoas afetadas pelo conflito na região.
O apoio inclui assistência alimentar, abrigo de emergência, acesso a cuidados de saúde, incluindo apoio à saúde mental, água, saneamento e material de higiene e proteção para grupos vulneráveis, incluindo mulheres, jovens, idosos e sobreviventes de violência.
Os Estados Unidos são o maior doador individual para a resposta de emergência no Sudão.
Mais de 24,7 milhões de pessoas no Sudão necessitam de assistência humanitária - incluindo 3,6 milhões de pessoas recentemente deslocadas dentro do Sudão.
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